A Comissão Política do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), considera ser “preocupante, alarmante e perigoso o estado em que as gentes de São Vicente passam por estes dias”, pelo facto da ilha estar vetada a um claro abandono por parte dos poderes executivos centrais e locais.
A afirmação é do presidente do PAICV em São Vicente, Adilson Graça Jesus, em conferência de imprensa, hoje, 17 de julho, para falar sobre o estado do município.
Adilson Jesus diz que tanto o Governo como a Câmara Municipal, liderados pelo MPD, parecem autênticos avestruzes. “Meteram a cara na areia no que concerne a São Vicente, e querem nos fazer acreditar que a ilha não tem problemas para serem resolvidos”, afirmou.
Diz que a situação da juventude da ilha é grave, com o desemprego jovem a atingir tal magnitude que as famílias estão a esquecer os problemas estruturantes que os aflige para se centrarem na tentativa de salvar os seus filhos, netos e familiares. E que se tem notado um “recrudescimento da insegurança”, da prostituição e da delinquência juvenil, que voltaram a assolar em força a ilha de São Vicente.
E que ao não encontrarem outras saídas na ilha, muitos jovens estão a abandonar o município rumo a outras ilhas e ao exterior para escaparem “a chitada da fome”. E a prova disso são as filas no estabelecimento onde o Centro Comum de Vistos funciona. “Todos a procura de vistos para a União Europeia”
Apesar da arrecadação de receitas em mais de 100%, conforme a conta gerência de 2023, apresentada pelo presidente da CMSV, na Assembleia Municipal, afirma que a edilidade não conseguiu terminar todas as obras, que estão há mais de 8/10 a serem inscritas nos orçamentos municipais. “Já deveriam estar concluídas”.
Adilson Graça Jesus questiona sobre o paradeiro das verbas destinadas a conclusão das obras, como o Mercado de Peixe, obras no edifício da antiga conservatória, do Polidesportivo de Chã de Alecrim, dos muitos campos de futebol degradados na ilha das 80 habitações sociais que a CMSV tem em construção há vários anos, em Ribeirinha, Bela Vista, lazareto, Km, sem poder concluí-los, citou.
Ademais, diz que há verbas para a conclusão destas obras, mas gastam-se rios de dinheiro nas muitas festas realizadas pelo presidente.
“Todos nós gostamos de festas, sim, mas a verdade é que queremos que São Vicente tenha sucesso em áreas que afetam positivamente a vida das famílias”, relembrando que há um quadro de irregularidades e ilegalidades constatadas nos relatórios do Governo e do Tribunal de Contas, sem que haja qualquer consequência no que respeita às necessidades da sua regularização.
EC