ONU alerta que talibãs fomentam clima de terror e violam direitos humanos

9/07/2024 21:52 - Modificado em 9/07/2024 21:53

As Nações Unidas alertaram hoje que a política de “vigilância moral” imposta pelos talibãs, autoridade de facto no Afeganistão, favorece a criação de um clima de terror e representa uma restrição aos direitos humanos da população.

No seu relatório “Vigilância Moral no Afeganistão: Impacto nos Direitos Humanos”, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) observaram que o Ministério para a Propagação da Virtude e a Prevenção do Vício torna a vida de muitos afegãos “mais difícil”, especialmente para as mulheres.

O documento aponta para “restrições à possibilidade de as mulheres conseguirem trabalho em centros de estética ou na indústria cinematográfica, além das restrições impostas às viagens” para a população feminina, exigindo mesmo a presença de um “tutor masculino” para as deslocações mais longas.

Segundo o estudo, esses são exemplos de “limitações à liberdade de trabalho e de circulação” impostas pelos talibãs às mulheres afegãs, a par de restrições aos meios de comunicação social e limites à liberdade de expressão, além de violações da privacidade da sociedade civil.

Para a ONU, o Ministério para a Propagação da Virtude e a Prevenção do Vício emite “regulamentos confusos que incluem punições severas em caso de desrespeito” às regras, o que contribui para criar um clima de “terror e intimidação” entre alguns segmentos da população afegã.

Da mesma forma, as Nações Unidas sublinharam que os talibãs têm a obrigação legal de proteger os direitos humanos e fazer “todo o possível” para os defender.

No entanto, o Ministério afegão defende as suas ações e medidas, sublinhando que essas estão “alinhadas” com os valores e as normas islâmicas.

Nesse sentido, rejeitaram muitas das acusações incluídas no relatório da ONU, como a proibição de certas atividades para mulheres.

Os talibãs sublinharam que cerca de 9.000 autorizações de trabalho foram emitidas para mulheres desde que chegaram ao poder.

Lusa

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