No parlamento, o Primeiro-Ministro defendeu que suas políticas têm melhorado a situação do emprego e que a mobilidade laboral é uma oportunidade. A oposição (PAICV) insiste que os jovens estão saindo por falta de opções viáveis no país, atribuindo assim a responsabilidade ao governo a responsabilidade pela emigração desenfreada de jovens em busca de melhores condições de vida.
Durante o debate sobre políticas públicas e qualidade de vida, o primeiro-ministro destacou os esforços do governo na redução da taxa de desemprego, atribuindo assim os resultados ao crescimento económico impulsionado por políticas públicas e investimentos empresariais.
O primeiro-ministro enfatizou que as políticas ativas de emprego, como incentivos fiscais e financeiros à contratação de jovens, qualificação profissional e programas de empreendedorismo, foram cruciais para esses avanços.
Correia e Silva afirmou que “nunca, em Cabo Verde, se investiu tanto na qualificação profissional dos jovens”, lembrando que entre 2016 e 2023, mais de 45 mil jovens foram formados, 14 mil beneficiaram de estágios profissionais e 5 mil participaram em programas de empreendedorismo.
Respondendo às críticas do PAICV sobre a emigração de jovens, Correia e Silva argumentou que a saída de jovens é influenciada pelas novas oportunidades de mobilidade laboral e não pela falta de condições em Cabo Verde.
“Relativamente a Cabo Verde, o fato dos jovens estarem a sair à procura de condições de trabalho e de melhores condições de remuneração não é fruto de falta de oportunidades e de falta de condições aqui em Cabo Verde”, afirmou o chefe do governo.
Ressaltou que a mobilidade laboral é uma realidade global e que muitos países enfrentam a mesma situação, com jovens buscando melhores condições de trabalho em outros lugares.
O primeiro-ministro também defendeu o acordo de mobilidade laboral com Portugal e a CPLP, afirmando que esses acordos garantem direitos laborais e segurança social aos jovens que procuram oportunidades fora do país.
Segundo o Primeiro-Ministro, esses acordos oferecem uma alternativa segura e estruturada para os jovens, evitando que fiquem à mercê de riscos ao emigrar. “Agora, se este é um problema que os senhores consideram grave, então a alternativa seria proporem a Portugal que se elimine o acordo de mobilidade laboral”, sugeriu.
Por outro lado, o líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo, criticou a situação atual, afirmando que os jovens cabo-verdianos estão deixando o país por necessidade, e não por opção.
“Os nossos jovens devem sair do país por opção e não por necessidade”, ressaltou, afirmando que muitos jovens estão desanimados e sem perspectivas de emprego, responsabilizando o governo por não criar condições suficientes para a geração de empregos e para manter a confiança dos jovens no país.
“Neste momento, saem do país por necessidade e não por opção. Estão desanimados, sem empregos… os jovens, para não encalhar, estão a sair do país e a responsabilidade é sua”, acrescentou Semedo.
AC – Estagiária