Desafios e avanços na diplomacia feminina: Representação de mulheres ainda aquém do desejado – Secretária de Estado 

24/06/2024 20:04 - Modificado em 24/06/2024 20:04

A Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Miriam Vieira, destacou recentemente que a representação das mulheres em organismos internacionais continua insuficiente, sublinhando a necessidade de esforços contínuos para promover a igualdade de género na diplomacia.

As declarações foram feitas durante a conferência, na Praia, sobre o papel da mulher na diplomacia, em celebração ao Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia.

Miriam Vieira lamentou que o nível de representação feminina em organismos internacionais ainda esteja aquém do desejado. “Cerca de 23% das mulheres participam em processos de negociação da paz e apenas 6% em processos de mediação. No entanto, sabemos que a participação feminina resulta em acordos mais duradouros e sustentáveis”, afirmou Vieira, citando dados das Nações Unidas.

No contexto cabo-verdiano, Vieira destacou que, embora haja uma paridade numérica entre diplomatas, com 38 mulheres e 39 homens, a disparidade permanece evidente em cargos de liderança.

A mesma destacou que esforços devem ser feitos para travar essa desigualdade que ainda impera em termos de participação e oportunidades a nível mundial.

A conferência também contou com a participação da Ministra da Justiça, Joana Rosa, que enfatizou a importância de criar condições para que mais mulheres possam seguir a carreira diplomática.

“Deixamos aqui uma recomendação para a criação de condições que permitam que mais mulheres jovens, que agora estão a terminar o sistema de ensino, possam enveredar para a via da diplomacia. Isso será um ganho significativo para o país em todos os níveis”, disse Rosa.

Patrícia Portela, coordenadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde, ressaltou a necessidade de ver a inclusão das mulheres como essencial para a promoção da paz, segurança e desenvolvimento sustentável.

Portela elogiou práticas de diplomacia feminista, destacando-as como exemplos a serem seguidos. “Uma diplomacia feminista ou uma política de apoio ao desenvolvimento sustentável feminista são práticas louváveis que esperamos que possam influenciar outros países”, declarou.

A coordenadora residente da ONU acrescentou que o conceito de diplomacia feminista prioriza a igualdade de gênero e os direitos das mulheres, sendo essencial para a eficácia e a credibilidade das Nações Unidas.

Adiantou ainda que alcançar a paridade não é apenas uma questão de justiça, mas também de eficácia nas políticas globais.

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