Em sessão plenária, o deputado António Monteiro da UCID questionou a decisão do governo sobre a construção do Porto do Maio, levantando preocupações sobre os estudos ambientais e a funcionalidade da infraestrutura. A Ministra das Infraestruturas, Eunice Silva, respondeu defendendo a escolha e destacando os desafios técnicos e económicos envolvidos.
O debate sobre o Porto do Maio dominou a sessão plenária do Parlamento, com o deputado António Monteiro da UCID levantando sérias preocupações sobre a escolha e a execução do projeto.
Monteiro iniciou sua intervenção questionando a decisão do governo atual, apesar da falta de uma escolha clara por parte do governo anterior. “Qual a razão que levou o governo a tomar essa decisão, conhecendo a situação da correnteza marítima naquela zona?”, indagou Monteiro, referindo-se à problemática do assoreamento que afeta a funcionalidade do porto.
Monteiro também destacou a importância de tomar decisões com uma perspectiva de futuro, aproveitando o potencial turístico das ilhas. Questionou se os estudos ambientais foram devidamente analisados e se o governo planeja responsabilizar os autores dos estudos ou as empresas que executaram a obra pelos problemas atuais.
“O que fazer para realmente dar ao povo da ilha do Maio uma infraestrutura que consiga dar-lhes tranquilidade hoje e amanhã?”, perguntou Monteiro, exigindo respostas claras da ministra.
Em resposta, a Ministra das Infraestruturas, Eunice Silva, defendeu a decisão do governo, explicando que o estudo de impacto ambiental foi realizado e que a correnteza marítima é um problema inerente à região, afetando qualquer opção de localização do porto.
“Era preciso ancorar, e por isso nós fizemos a ancoragem do porto”, afirmou Silva, acrescentando que medidas já foram tomadas para mitigar os efeitos do assoreamento.
A governante explicou que a escolha do Porto Inglês foi fundamentada em estudos detalhados e considerações económicas, ressaltando que o custo do Porto de Pau Seco seria significativamente mais alto e envolveria complicações adicionais, como estar localizado em uma zona protegida e sem estrada de acesso.
“O Porto de Pau Seco implicava 42 milhões e estava numa zona protegida, enquanto o Porto Inglês custou 19 milhões”, disse a ministra.
A governante também destacou que o projeto do Porto Inglês está sendo executado em fases, com melhorias contínuas já em andamento.
“Estamos a quase dois metros de profundidade para a rampa do Liberdade e do Crioula, e precisamos de três metros. A outra rampa está funcional, e o cais com os seus dois lados está funcional”, afirmou Silva, enfatizando que a decisão foi baseada em estudos de viabilidade económica e financeira, além das restrições orçamentais do país.
AC – Estagiária