A ONU lamentou hoje que a ajuda humanitária que está autorizada a entrar na Faixa de Gaza não esteja a chegar à população, argumentando que as autoridades israelitas não estão a cumprir as obrigações legais.
“Aajuda (ao território de Gaza) não chega às populações e isto é um grande problema”, disse o porta-voz do Gabinete de Coordenação de Emergências das Nações Unidas (OCHA), JensLaerke, durante uma a conferência de imprensa, em Genebra.
Laerke criticou a atitude das autoridades israelitas na fronteira de KeremShalom, principal ponto de entrada da ajuda, especialmente desde que o acesso por Rafah foi encerrado em 07 de maio.
Para o porta-voz, as obrigações israelitas “não terminam quando os camiões atravessam a fronteira”, já que devem também ajudar a recolher os bens de ajuda enviados.
“Precisamos de acesso seguro e desimpedido ao ponto de entrega para que possamos recolher (a ajuda) e entregá-la às pessoas”, insistiu Laerke.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), mais de um milhão de pessoas fugiram da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, desde que o Exército israelita lançou a sua ofensiva militar nesta zona no início do mês.
O alerta da OCHA surge quando a UNRWA confirmou que as autoridades israelitas têm incentivado as evacuações, apelando para supostas zonas seguras nas proximidades de Rafah que, no entanto, foram alvo de vários incidentes na última semana.
Dezenas de pessoas morreram em campos montados para deslocados após vários ataques militares.
Uma porta-voz da UNRWA, Juliette Touma, confirmou que já há mais de um milhão de palestinianos que fugiram de Rafah.
Desde o início da ofensiva, as forças israelitas também conseguiram assumir o controlo do lado palestiniano da passagem fronteiriça de Rafah, que limita a entrada de ajuda humanitária, e continuaram os seus avanços no que é conhecido como o corredor de Filadélfia, a linha que corre ao longo da fronteira sul de Gaza.
O Governo de Benjamin Netanyahu deixou claro que continuará com a sua atuação nesta área, ignorando as medidas provisórias emitidas pelo Tribunal Penal Internacional de Justiça que exigem o fim imediato da ofensiva em Rafah.