Boavista: Forte secular em ilhéu na baía do porto da vila de Sal Rei vai ter centro interpretativo

9/03/2023 16:03 - Modificado em 9/03/2023 16:03

A reabilitação em curso no secular Forte Duque de Bragança, construído num ilhéu para proteger a ilha cabo-verdiana da Boavista dos piratas, vai permitir a instalação de um centro interpretativo daquela área, anunciou o ministro da Cultura.

“Quando reconstruímos lugares como estes estamos a reconstruir parte da nossa própria história”, afirmou o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, que está hoje de visita à ilha da Boa Vista.

O forte, construído durante o período colonial português, em 1820, no ilhéu na baía do porto da vila de Sal Rei, tinha a função de defesa daquele ancoradouro contra os então frequentes ataques de piratas à ilha da Boa Vista.

A um quilómetro da ilha da Boa Vista e da cidade de Sal Rei, sobreviveram até aos dias de hoje apenas os canhões e algumas muralhas, que ainda recordam as guerras do passado e a proteção da exportação de sal, pastel, algodão, gado, cal e cerâmica na altura.

“Apresenta-se também, a partir deste forte, o berço da ecologia de uma reserva natural da marinha a todo o mundo a partir de um património que serve como alavanca para a construção para contar a história da Boa Vista. Teremos, ainda, uma espécie de centro interpretativo para contar a história do ilhéu, da infraestrutura, e uma plataforma que se ligará ao Centro Interpretativo do Museu da Arqueologia Subaquática, com uma sala dedicada ao ilhéu”, afirmou ainda.

O Instituto do Património Cultural (IPC) é a entidade responsável pelo projeto de reabilitação, conservação e musealização daquele forte com mais de 200 anos. Trata-se de uma obra avaliada em 4,2 milhões de escudos (38 mil euros), co-financiada pela Direção Nacional do Ambiente através do programa da Biotur e com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O forte já foi anteriormente alvo de trabalhos de prospeção arqueológica e neste momento as obras têm como foco a consolidação dos restos arquitetónicos, em sítios onde se revelem necessários, para que possa impedir a contínua degradação.

Após a conclusão da reabilitação, o objetivo do Governo cabo-verdiano é integrar o monumento na rota do turismo local, sendo esta a segunda ilha mais procurada pelos visitantes do arquipélago.

Segundo o IPC, o projeto, além de permitir reabilitar um forte histórico para o arquipélago, vai ainda gerar indiretamente uma nova fonte de rendimento para os pescadores locais, que garantem o transporte entre a ilha e o ilhéu.

LUSA

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