Nesta terça-feira, a União Cabo-verdiana Independente e Democrática voltou a chamar atenção do governo para as vulnerabilidades que continuam a persistir no setor da saúde a nível nacional. A falta de acesso aos cuidados de saúde de qualidade às pessoas economicamente vulneráveis, dívidas pendentes com os profissionais do setor, falta de equipamentos adequados, são alguns dos problemas apontados.
O líder do partido, João Santos Luís, afirmou em conferência de imprensa em São Vicente, que embora avanços significativos no setor, tanto nos hospitais públicos como nas clínicas e hospitais privados, os cuidados de saúde a nível nacional ainda estão aquém do esperado pelos cabo-verdianos.
“Neste momento no país existem mais de 150 mil pessoas pobres que não possuem recursos e precisam de cuidados de saúde de qualidade igual aos que possuem mais recursos”, disse.
A título de exemplo, o partido sugere uma presença contínua de, pelo menos, um terço dos recursos humanos, nomeadamente Médicos e Enfermeiros em regime de exclusividade para terem tempo, disponibilidade e entrega suficientes para aplicarem os conhecimentos adquiridos e cuidar da saúde dos que mais precisam e que não conseguem aceder a clínicas privadas para o efeito.
Uma outra questão apontada, prende-se com a vertente formação contínua dos médicos de clínica geral, bem como de médicos especialistas, que ao ver da UCID “é uma necessidade que não se pode escamotear, pois constataram-se muitas reclamações de cidadãos relativamente aos médicos de especialidades principalmente nas ilhas consideradas periféricas”.
Para o partido, é inadmissível que ainda muitos cidadãos esperem mais de seis meses para realização de exames de diagnósticos e consultas de especialidades, além de evacuações por falta de condições locais para satisfazerem os cuidados de saúde.
Os democratas-cristãos enumeram várias outras situações no setor da saúde, após terem realizado visitas a instituições e contatos com as populações de várias ilhas, nomeadamente de São Vicente, São Nicolau, Sal, Fogo, Santiago Norte e Sul.
Para a primeira sessão plenária deste mês de março, a UCID indicou a Ministra da Saúde para debate, tendo igualmente agendado uma Interpelação sobre a Política do Governo para a Economia Marítima, tendo como tema “o mar como âncora do desenvolvimento”.
Com a ministra da saúde, o partido espera um debate com “otimismo e tranquilidade” e que o governo dê abertura para se encontrar soluções para se debelar os constrangimentos e vulnerabilidades existentes no setor de saúde do país.
AC – Estagiária