O desabafo foi feito na sua página pessoal da rede social Facebook. Dom Ildo Fortes, Bispo da Diocese do Mindelo considera que, tem sido um “calvário permanente” viajar entre as ilhas, aliás quando se consegue, conforme sustentou.
Algo que no seu entender deveria ser “tão bela e agradável”, está a tornar-se inadmissível. E reitera que “só quem não se submete à comum condição dos cidadãos viajantes desconhece os sucessivos constrangimentos e dissabores neste capítulo”.
Esta tamanha falta de consideração e respeito pelos passageiros (entre os quais muitas crianças e idosos…), que segundo o responsável pela Diocese do Mindelo, e esperam mais de oito horas dentro de uma gare marítima sem o mínimo condições, é desumano.
Algo que, segundo diz, aconteceu com a viagem São Vicente / São Nicolau de 22 de Fevereiro. “Esta (a viagem), prevista para às 16h passou para às 20h e a mudança de horário foi comunicada, horas antes, por SMS”, diz que até aqui tudo bem, foram avisados, e reconhece que imprevistos operacionais ou atmosféricos acontecem.
Contudo, afirma não entender que ao comparecer no cais às 18h para o suposto embarque e o barco vir a sair só às 2h30 da madrugada, sem que mais nenhuma informação tenha sido dada até à hora da partida, nem ninguém da companhia tenha aparecido para explicar ou pedir desculpas pela razão do atraso é no “mínimo desrespeito, desprezo, ofensa, descaso pelos utentes e cidadãos que vêem as suas vidas e programações totalmente prejudicadas”.
Um desabafo do Bispo da Diocese do Mindelo, que apontou também a completa desorganização na hora do embarque. “Cada qual a ter que subir com as malas e sacos pelas escadas íngremes e escorregadias dos diversos pisos do barco para as colocar, cada um à sua maneira, o melhor que puder”.
Portanto, exposto a tudo isso, com críticas e denúncias, pede a responsabilização neste tipo de casos. O que, entretanto, admite será difícil, já que isso é algo “que, infelizmente, é frequente e atrasa Cabo Verde”.
Concluindo, diz ainda não entender a capacidade organizativa do país em organizar para acolher o Ocean Race e outras actividades internacionais, mas ser incapaz de arrumar a casa. “No entanto, não somos capazes de resolver uma coisa tão básica, urgente e necessária como deslocar-se de uma ilha para outra”, questionou.