A Escola de Samba Tropical, conforme os responsáveis, na noite desta segunda-feira, 20, voltou a invadir a avenida da cidade do Mindelo, e desta vez com uma homenagem à aquela que sempre levou para a avenida a celebração da vida e do Carnaval, Luísa Morazzo.
A fundadora do grupo foi o destaque da noite da sua “majestade a Rainha da noite”, colocando-a no centro da sua história, cujos “principais e mais marcantes capítulos, foram escritos por ela”, com um enredo que é “muito mais do que uma biografia”.
“Foi com muita emoção e muitas interrogações, que entrei aqui na Rua de Lisboa, porque eu não sabia o que iria acontecer. Fiquei completamente encantada com a coroação como a imperatriz do carnaval de São Vicente”, explicou Luísa Morazzo no final do desfile que arrancou por volta das 22 horas e terminou cerca de uma hora da madrugada em frente ao hotel, onde seria posteriormente, o tradicional baile após os desfiles.
Morazzo, 72 anos, mostrou-se bastante emocionada, com as surpresas que ia encontrando pelo caminho e também pelos aplausos do público durante todo o trajeto.
“Gratidão é a palavra que define tudo isso. Não pedi, mas aceito esta homenagem. Para mim é gratificante ser reconhecida pelo trabalho na Escola de Samba Tropical e ver que as pessoas reconhecem esse trabalho”, revelou a homenageada, do grupo que levou o enredo “Reviver o Passado é Celebrar Duas Vezes”, e que também foi uma homenagem à velha guarda da Escola de Samba Tropical.
Foram 22 alas que ostentam brilho e majestosidade, com uma mistura de cores e coreografia, que encheu os olhos e roubou aplausos como sempre do público presente, para assistirem a passagem dos 1.200 e do carro alegórico que também trouxe “lembranças do passado”, dos quais se destaca o coreto da Praça Nova, antigo ponto de encontro da sociedade mindelense, entre outros símbolos que marcam a história do grupo ao longo dos seus 35 anos de existência.
Para o presidente da Escola de Samba Tropical, o sentimento era de emoção. “Já sabíamos que íamos trazer a emoção para a rua, mas não esperávamos que poderia ser uma mistura de emoções. O Carnaval é assim, é alegria, é celebrar a vida porque a vida é um sopro e por isso dedicamos este desfile à nossa amiga Cely Fortes”, declarou David Leite., que mostrou-se feliz com a explosão de alegria do público.
“Foram dois anos a espera deste regresso, por isso que digo. Foi um desfile fantástico. A entrega dos foliões, a resposta do público soube tão bem”, concretizou David Leite.
O grupo Samba Tropical, nasceu em 1982 fruto do inconformismo de um grupo de pais, que decidiu organizar um desfile infantil numa época em que o Carnaval de São Vicente se encontrava em estado moribundo.
Formado essencialmente por gente da classe média alta da sociedade mindelense, o Samba Tropical distingue-se dos outros grupos, por não entrar em competição durante o concurso carnavalesco a quando do desfile dos blocos. Reservam a noite para exibirem o esplendor dos temas com que brindam as gentes de São Vicente.
O Carnaval continua hoje com o desfile dos grupos oficiais que vão a concurso – Flores do Mindelo, Estrela do Mar, Cruzeiro do Norte e Monte Sossego – a partir das 18:30. A cerimónia de entrega de prémios deverá acontecer na tarde de quarta-feira.
EC