Esta reacção do Grupo Parlamentar do MPD surge na sequência das declarações da deputada Isa Costa, do partidito que sustenta o governo, sexta-feira passada, 10 fevereiro, no parlamento, onde denunciou o registo de suspeição de desvio de 100 milhões de euros praticados pelo Governo do PAICV dirigido por José Maria Neves, aquando do projecto “Casa Para Todos”.
Paulo Veiga acusou hoje o Presidente da República, José Maria Neves, de pressionar o Ministério Público e de interferir no debate político em sede parlamentar.
“Fez a deputada notar que esse número de casas não foi concluído e que, além disso, no quadro do programa chegaram a ser construídas habitações particulares, de tipologia duplex, para pessoas próximas desse partido”, explica.
Paulo Veiga diz que, reagiram, coordenadamente, o Presidente da República e o PAICV, pelo seu Secretário-Geral, por um lado, procurando distorcer o teor da referida intervenção, que erigiram a um ataque “gravíssimo” contra um governo estrangeiro e, por outro lado, pressionando para uma investigação criminal contra a deputada em causa.
A deputada apontou ainda que parte do dinheiro desviado do programa foi para a construção de três mansões particulares.
Sobre as acusações, José Maria Neves disse que é necessária uma profunda investigação da justiça e considerou as acusações de “extraordinariamente graves”.
“As acusações são extraordinariamente graves e devem merecer a atenção dos órgãos de investigação criminal. Eu acho que mais rapidamente quanto possível deve se fazer a mais profunda investigação para se esclarecer se a opinião pública. Nós não podemos transformar os espaços de debate político em tribunais, em espaço de condenação. Há um elemento fundamental que é a presunção de inocência e portanto quando um deputado faz no parlamento uma acusação desta gravidade envolvendo inclusive governo de um outro país teremos que necessariamente apelar a serenidade, a contenção, as pessoas precisam conter-se e as pessoas precisam conhecer os seus limites” disse o Presidente da República.