O grupo de Mandingas de Ribeira Bote, o maior da ilha de São Vicente e, que semanalmente, ao domingos, arrasta milhares de pessoas pelas ruas da ilha com o seu tradicional desfile, anunciando que o carnaval está à porta, este domingo, 05 janeiro, “despiu” a cor negra, que os caracteriza, apoiados pela batucada, sem as habituais vestimentas, se organizaram num desfile diferente. Uma manifestação contra a violência, que tem assolado o grupo nos últimos tempos, pedindo “não a violençia”
Uma forma de dizer basta para aqueles que os acompanham e que tem feito do desfile um “campo de batalha”, contra adversários. Foi com este propósito, com cartazes “deixem as armas em casa e venham brincar com os mandingas”, “a violência não faz parte do carnaval” ou”Mandingas não querem ser associados a violençia”, e também com mensagens de “menos álcool mais folia”, foram algumas das mensagens que quiseram passar.
Nilton Rodrigues, presidente do Grupo diz que tem acontecido algumas situações desagradáveis durante os desfiles, mas tentaram sempre lidar com isso de forma diplomática e relevar a situação, que chegou a atingir os participantes do desfile. “um membro do grupo sofreu uma agressão”, contou.
Por isso, esta semana, optaram por uma nova estratégia, saíram pelas ruas com um protesto, que não teve a adesão que costumam ter nos desfiles tradicionais, mas o importante era a mensagem. “Esperamos que as pessoas se conscientizem . O álcool não podemos controlar e ele tem sido um dos motores das confusões que acontecem. Mas a violência, não afeta essas pessoas que fazem delinquência, mas sim o grupo”, explicou Nilton Rodrigues, que diz ainda que o dedo sempre é apontado ao grupo.
E definitivamente, não querem ser associados à violência. “Vamos brincar o carnaval na paz e harmonia”, apontou o responsável do grupo que diz que os acontecimentos surgem, mas nem sempre sabem o que se passa.
“Quando estamos a festejar, nem sempre sabemos o que se está a passar a volta. Mas temos situações de algumas pessoas que exageram na bebida, que tentam nos atingir com sapatos, garrafas e um colega nosso foi ferido. Queremos que todos festejam, mas na paz”.
No dia do carnaval, dizem que o objectivo é desfilar antes dos grupos, para ser exatamente o propósito do grupo, anunciar o espetáculo que surge de seguida.
“Nós não saímos de dentro das cordas, por isso não queremos ser associados às situações desagradáveis. Sabemos que algumas pessoas estão nos mandingas, mas não do grupo, usam o nosso nome, para durante o desfiles realizarem peditórios, mas nós não fazemos isso”, esclareceu o presidente do grupo, que quer na próxima semana, que a mensagem de não violência de o uso do álcool de forma irracional, não atinga o grupo.
E a trajetória é somente do conhecimento da Câmara Municipal de São Vicente, da Polícia Nacional e do próprio presidente do Grupo Mandingas de Ribeira Bote.
Elvis Carvalho