A Estratégia Nacional para a Erradicação da Pobreza Extrema em Cabo Verde 2022-2026 (ENEPE) foi apresentada esta semana na cidade da Praia, Santiago e a União Cabo-Verdiana independente e Democrática, em reação, acredita que esta estratégia passa primeiramente pela melhoria dos salários.
O presidente da UCID, João Santos Luís que falava em conferência de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira, sublinhou que o ENEPE devia ser uma das prioridades de todos os governos, mas com “programas credíveis e fortes e com garantias da sua execução”.
Para a implementação da estratégia, os democratas-cristãos salientam que o país precisa “fortalecer” a sua estrutura económica, para que as medidas anunciadas pelo Primeiro-Ministro possam ter aplicação e sustentabilidade.
Ter um “tecido económico pujante”, significa para o partido apostar seriamente nos setores primário e secundário da nossa economia, o que ajuda o país a resistir aos choques externos.
O que é lamentável para a UCID é ver que ainda existem pessoas a trabalharem durante 10, 20 e 30 anos no mesmo lugar com “salários de miséria”. Com isso, o partido questiona o governo como se vai conseguir reduzir a pobreza absoluta sem ao menos tentar resolver o problema da estrutura salarial do país.
“Os cabo-verdianos não querem estar de mãos estendidas à espera de esmolas do governo em anos pré-eleitorais, para no ano seguinte serem utilizados pelo partido no poder para ganhar mais uma vez as eleições e continuarmos na mesma situação”, afirmou.
Além de melhorias no salário, a UCID sublinha que a redução da pobreza absoluta também está ligada ao melhor acesso ao saneamento, a uma habitação condigna, ao melhor acesso ao crédito, entre outras melhorias que vão dar ao cidadão a possibilidade de crescer juntamente com a economia do país.
Importa referir que, sobre o ENEPE, o governo afirmou que a orçamentação da Estratégia demonstra os recursos necessários para garantir que os 12.184 agregados familiares saiam da pobreza extrema até 2026.
AC – Estratégia