Fixação de preços dos serviços nas clínicas privadas é um retrocesso nos investimentos – ACMD

2/02/2023 00:32 - Modificado em 2/02/2023 00:32
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A presidente da Associação Cabo-verdiana dos Médicos Dentistas (ACMD) defendeu hoje que a fixação de preços dos serviços nas clínicas privadas representa um retrocesso nos investimentos em saúde e diminuição na prestação de serviços de qualidade em
Cabo Verde.

Carmelinda Gonçalves fez estas considerações em declarações à Inforpress, no final de um encontro com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para manifestar a preocupação da associação, relativamente a fixação de preços dos serviços nas clínicas privadas, que passa a ser regulada pela Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS).

Conforme avançou, esta medida legislativa surgiu sem estudos e sem consulta das classes e tem gerado muita insatisfação por parte dos privados, o que poderá de igualcmodo afectar a concorrência.

“O nosso propósito foi trazer todas as nossas preocupações da classe dos médicos dentistas em relação à fixação dos preços. Fizemos uma longa exposição e trouxemos para a mesa aspectos que nunca foram consertados connosco, que têm a ver com as nossas dificuldades, nossas capacitações, com mérito que temos que ter para com os profissionais que já trazem qualidade para os serviços que prestam”, disse.

Durante o encontro, segundo Carmelinda Gonçalves abordaram com Ulisses Correia e Silva as preocupações relativas ao impacto desta medida, que ao seu ver, irão contribuir negativamente na qualidade dos serviços prestados aos cabo-verdianos.

De acordo com a presidente da ACMD, os médicos-dentistas em Cabo Verde querem continuar a crescer, a investir no arquipélago, a primar pelo respeito da concorrência, manifestando que os profissionais desta área não querem que haja êxodo de pacientes e nem de médicos-dentistas.

“O que fazer com as empresas que têm mais qualidade, o que fazer com os profissionais que são mais capacitados, o que fazer com a qualidade que se dá habitualmente a um paciente e essa qualidade de repente tem de ser baixada e, eventualmente, os médicos não vão querer fazer os trabalhos mais complicados, que envolvem mais material e custos, e esses pacientes como é que serão assistidos, será, que as clínicas vão ter que despedir os funcionários porque tem custos”, questionou.

Esta responsável lembrou que é uma obrigação do sector público acudir as camadas mais protegidas, que o sector privado complementa o sector público, almejando que se reveja este decreto-lei que foi aprovado e se possa deixar que o sector público trabalhar em parceria com o sector privado e não contribuir para sufoco do sector privado.

“O senhor primeiro-ministro (…) disse que de facto percebe o nosso ponto de vista e daí a importância de se ouvirem as classes e representantes para que as pessoas possam tomar medidas, principalmente se forem legislativas, que vão ao encontro de todas a expectativas e que tenham cuidado em relação a todos os aspectos que possam ser levantados”, concluiu.

Inforpress

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