A Polícia Nacional (PN) destacou um contingente de 81 homens para proceder à segurança do acto oficial de abertura da regata Ocean Race, mas “sem descorar” a segurança na cidade e zonas limítrofes.
O acto deverá contar com a presença do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, altas entidades locais, nacionais e estrageiras.
Assim, a zona do Porto Grande do Mindelo, ou seja, o Ocean Village e o acesso norte, segundo o subintendente da Polícia Nacional, Roberto Fernandes, em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, terá segurança reforçada, e o acesso norte junto à rotunda da Laginha estará interditada ao trânsito, a partir das 14:00, devido à “grande demanda de pessoas” esperada para a abertura do evento, sem contar com a utilização do sistema de vídeo vigilância.
Estas acções estão contidas no Plano de Segurança elaborado pela PN da regata Ocean Race e da Cimeira dos Oceanos, que deve vigorar até quarta-feira, 25, eventos que devem contar com participação de altas entidades nacionais e estrangeiras, velejadores, staff de apoio, media nacional e estrangeira e mais de quatro mil turistas que vão chegar em navios cruzeiro e por via aérea.
Segundo o também coordenador de Segurança do Ministério da Administração Interna para estes dois eventos, são situações que ultrapassam a rotina de segurança do Comando da PN da ilha de São Vicente e demandam “um esforço suplementar”, que transpõe a capacidade operacional do Comando, daí a necessidade de um plano específico de segurança dos dois eventos.
No mar, a segurança estará a cargo de seis embarcações e respectivas tripulações, haverá ainda um posto de visualização com homens munidos de binóculos normais e de visão nocturna na zona de João Ribeira para detenção de eventuais embarcações de boca aberta na zona proibida e já delimitada pelas autoridades competentes.
Por isso, Roberto Fernandes pediu aos pescadores artesanais para, entre as 16:00 de hoje até as 16:00 de sábado, 21, escolherem um outro lugar para a faina, para evitar colisões com os veleiros da Ocena Race, que navegam a “grande velocidade”.
O reforço policial é de 61 homens, que representa 25 % do efectivo do Comando Regional de São Vicente e, em meios de mobilidade e materiais, Roberto Fernandes indicou que foram deslocalizados para São Vicente dez viaturas, três motorizadas, sete embarcações marítimas e duas ambulâncias, para além de equipamentos e materiais individuais e colectivos das unidades de reforço.
Ao meio-dia de hoje, mantinha-se o horário de chegada do primeiro veleiro a São Vicente, entre as 22:00 e as 23:00 desta sexta-feira, 20, feriado nacional.
Com um ano de atraso devido à pandemia da covid-19, a edição 2023 do Ocean Race, disputada de quatro em quatro anos desde 1973, principiou no passado domingo, 15, em Alicante (Espanha), e termina no dia 01 de Julho, em Génova (Itália).
Contando com Mindelo, em que se aguarda a chegado do primeiro veleiro às 22:00 de sexta-feira, 20, a regata terá sete etapas e 32 mil milhas náuticas (60 mil quilómetros), que atravessam quatro oceanos, quatro continentes e passam por nove cidades.
Na terceira etapa, os velejadores vão fazer uma travessia recorde de 12.750 milhas náuticas (24 mil quilómetros), com a duração de um mês, entre a Cidade do Cabo (África do Sul) e Itajaí (Brasil), através dos mares do Pacífico Sul, e com passagem pelo Cabo da Boa Esperança e Cabo Horn, conhecido como o ‘fim do mundo’.
A prova é disputada pelos veleiros das categorias IMOCA 60 (18,3 metros) e VO65 (20 metros), sendo que os primeiros têm uma tripulação de cinco elementos, em barcos considerados “extremamente bem preparados e bastante rápidos”.
As embarcações da categoria VO65, por seu lado, são todas iguais, estiveram presentes nas duas últimas edições da prova, e têm sete tripulantes cada.
Segundo apurou a Inforpress, o percurso mais longo será feito apenas pelos superveleiros IMOCA 60, concebidos especialmente para grandes travessias no oceano, e os veleiros da classe VO65 vão fazer apenas a primeira etapa
Alicante-Mindelo e as duas últimas regatas: Aarhus-Haia e Haia-Genóva.
Todos os barcos que participam nesta volta ao mundo levam equipamento para recolher dados para investigação sobre o estado dos oceanos.
AA/JMV
Inforpress/Fim