Frescomar foi intimada pelo Conselho de Administração da ENAPOR a prestar esclarecimentos enquanto sub -concessionária sobre os contornos de um acordo que a liga a outra empresa espanhola e que já está a atuar no setor das pescas a partir de São Vicente.
Um negócio que eventualmente visa dar a Frescomar um alívio financeiro que deixa os armadores nacionais de pesca insatisfeitos e indignados e devem tomar uma posição na Assembleia Geral convocada de emergência para segunda-feira, 13 de maio.
O Governo está ao corrente do negócio da Frescomar e aguarda o envio dos esclarecimentos solicitados pelo Conselho de Administração da ENAPOR.
O Presidente da Associação de Armadores de Pesca (Apesc), Susano Vicente, expressou forte o descontentamento do sector, destacando a falta de apoio do Estado e a preocupação com a manutenção dos armadores locais.
Em causa está a falta de disponibilidade de pescado por parte dos armadores nacionais para a Frescomar, levando esta última a buscar alternativas, como se tornar subconcessionária de uma empresa espanhola.
Susano Vicente, presidente da Apesc, diz que a associação está preocupada com a situação, e enfatizou a necessidade de intervenção do Estado para garantir a equidade e a sustentabilidade do setor.
“O Estado não pode simplesmente dirimir dessa responsabilidade e deixar que outras empresas, outras instituições resolvam essa questão”, afirmou, destacando a necessidade de uma regulamentação mais eficaz por parte do governo para proteger os interesses dos armadores locais.
A falta de clareza e transparência sobre o acordo firmado entre a Frescomar e a empresa espanhola tem gerado ainda mais incerteza entre os armadores locais, que se sentem desamparados diante da situação.
A convocação de uma Assembleia Geral de emergência pela Apesc para discutir o assunto reflete a gravidade da situação e a urgência de ações concretas por parte das autoridades competentes.
Por outro lado, o Diretor Nacional de Pescas, Carlos Monteiro, defendeu a necessidade de modernização e aumento da capacidade produtiva do país, apontando para a importância de investimentos e da organização empresarial dos armadores locais. “Ter cinco barcos pequenos não é igual a ter dois barcos grandes”, explicou Monteiro, destacando a importância da eficiência operacional e da mobilização de recursos.
Entretanto, a falta de clareza sobre o andamento do processo de aquisição de embarcações pelo governo gera preocupações adicionais entre os armadores locais, que temem ficar prejudicados pela falta de disponibilidade de pescado para a Frescomar.
Sabe-se que a Frescomar foi convocada pelo Conselho de Administração da ENAPOR para prestar esclarecimentos como subconcessionária, relativamente a um acordo estabelecido com uma empresa espanhola que já está a operar no setor de pesca em São Vicente.
Este acordo, que supostamente visa fornecer alívio financeiro à Frescomar, é visto pelos armadores de pesca como uma manobra de natureza subversiva e sem base legal, causando indignação e insatisfação entre os armadores locais.
Em resposta a essa situação, uma Assembleia Geral de emergência foi convocada para a próxima segunda-feira, 13, onde os armadores pretendem tomar uma posição. Enquanto isso, o Governo está ciente do negócio da Frescomar e está a aguardar os esclarecimentos solicitados pelo Conselho de Administração da ENAPOR.
AC – Estagiária