Número de refugiados regista maior aumento em 2022 e atinge 35 milhões

7/05/2024 12:38 - Modificado em 7/05/2024 12:38
© Reuters

O número de refugiados no mundo atingiu 35,3 milhões de pessoas em 2022, valor que representa o maior aumento anual e que foi provocado sobretudo pela guerra na Ucrânia, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

No final de 2022, havia um total de 35,3 milhões de refugiados em todo o mundo, estando 29,4 milhões sob mandato do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e 5,9 milhões registados pela Agência das Nações Unidas para Ajuda aos Refugiados da Palestina (UNRWA)”, refere a OIM no seu relatório anual, hoje apresentado.

Segundo o documento, o número total de refugiados é o mais elevado registado pelos relatórios estatísticos modernos e o crescimento do número de refugiados entre 2021 e 2022 é o maior em termos anuais, o que se deve, “em grande parte, às fugas da Ucrânia depois da invasão da Rússia”.

A agência das Nações Unidas contabilizou cerca de 5,4 milhões requerentes de asilo, ou seja, pessoas que procuram proteção internacional e aguardam a determinação do seu estatuto de refugiado.

“Só em 2022, foram registados quase 2,9 milhões de pedidos de asilo em 162 países, o maior número de pedidos de asilo individuais alguma vez registado”, sublinha a OIM.

Nesse ano, o número global de novos pedidos de asilo individuais apresentados em primeira pela primeira vez foi de 2,6 milhões, um aumento de 83% em relação a 2021, acrescenta a organização.

O principal destino continua a ser os Estados Unidos, com cerca de 730.400 pedidos, número três vezes superior ao do ano anterior, enquanto a Alemanha é o segundo local preferido, com 217.800 novos pedidos.

A OIM sublinha ainda que os menores de 18 anos constituíram cerca de 41% do total de refugiados, tendo sido registados 51.700 pedidos de asilo feitos por crianças não acompanhadas.

Quase nove em cada 10 refugiados sob mandato do ACNUR provinham de 10 principais países de origem — Síria, Ucrânia, Afeganistão, Sudão do Sul, Myanmar, República Democrática do Congo, Sudão, Somália, República Centro-Africana e Eritreia –, lista que, à exceção da Ucrânia, se mantém intacta há muitos anos, alerta o relatório

“Dinâmicas de conflito novas, não resolvidas ou renovadas em países chave contribuíram significativamente para os números e tendências atuais”, justifica a OIM no documento, lembrando que “a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, em 2022, resultou numa das maiores crises de deslocamento de pessoas desde a II Guerra Mundial”.

No ano em que começou a guerra, cerca de 5,7 milhões de ucranianos foram forçados a fugir, tornando a Ucrânia “no segundo maior país de origem de refugiados no mundo”.

No entanto, “o conflito prolongado na República Árabe Síria fez com que o país continuasse a ser a maior origem de refugiados do mundo no final de 2022 (6,5 milhões), mesmo que o número tenha representado uma diminuição em relação aos 6,8 milhões de 2021”, sublinhou a agência da ONU.

Além disso, acrescentou, “a instabilidade e a violência que fez do Afeganistão uma importante fonte de refugiados durante mais de 30 anos continuou, sendo o país o terceiro maior país de origem do mundo, com cerca de 5,7 milhões de refugiados em 2022, o que significa mais 2,7 milhões de pessoas do que em 2021”.

No total, os refugiados da Síria, Ucrânia, Afeganistão, Sudão do Sul, Myanmar e República Democrática do Congo representaram mais de metade da população refugiada mundial.

Tal como nos anos anteriores, mais de metade de todos os refugiados reside em 10 países.

“Em 2022, pelo sétimo ano consecutivo, a Turquia foi o maior país anfitrião do mundo, com quase 3,6 milhões de refugiados, sobretudo vindos da Síria”, adianta a análise da OIM.

O Paquistão e a República Islâmica do Irão também estiveram entre os 10 principais países de acolhimento, sendo os dois principais anfitriões de refugiados do Afeganistão, o segundo maior país de origem.

A restante lista foi ocupada pelo Uganda, Rússia, Alemanha, Sudão, Polónia, Bangladesh e Etiópia.

Lusa

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