A pneumologista Ofélia Monteiro que falava em entrevista à RCV alerta para os perigos e recomenda uma apertada fiscalização, num momento em que o consumo de substâncias diversas como shisha com recurso a utilização do cachimbo de água tem aumentado no seio da camada jovem.
“Aumentou sobretudo na camada mais jovem. É associado a bares, aos festejos e agora até nos aniversários se tem aumentado o consumo desta forma de uso tanto do tabaco como de outras substâncias. E nós não sabemos bem os compostos acrescentados no cachimbo de água”, alertou a especialista.
No entender de Ofélia Monteiro, o que falta é a parte de “regulamentar as substâncias” que podem ser usadas.
A mesma lamentou a inexistência de uma fiscalização que permita abordar este tema com dados e saber o que é que tem sido usado nos cachimbos de água, o que para a pneumologista acaba por ser um pouco difícil, já que “podem ser misturadas várias substâncias que podem lesar a saúde”.
Apesar de estarem a trabalhar a legislação antitabágica que foi publicada no boletim oficial, agora muito “mais rígida”, assegurou estarem trabalhando a nível do imposto, de ambientes sem fumo, e cada vez fazendo algo para reduzir a carga do tabagismo em Cabo Verde.
No entanto, com o aumento do consumo do shisha principalmente na camada jovem, a especialista avançou que o maior receio é que esta prática possa ser “usada como um veículo para a inserção do tabagismo nos jovens”.
“Por isso é preciso regulamentar e depois fiscalizar. O acesso ao cachimbo tem sido cada vez maior”, reiterou, lembrando que a questão da higienização é também muito importante.
“Ver se há uma correta desinfeção, se há troca de bocal, porque depois entra também o aspeto de transmissão de doenças, através de saliva, tais como a hepatite B, herpes, se não houver um cuidado adequado no manejo do aparelho”, sublinhou.
A mesma fonte aconselha muita prudência, e uma inspeção que tem que acompanhar a regulamentação.