Em conferência de imprensa realizada no Mindelo, os deputados nacionais eleitos pela lista do PAICV em São Vicente afirmam que a não indicação de inspetores para fiscalização da pesca feita por navios estrangeiros nas águas cabo-verdianas representa perda de oportunidade de empregos que o país não deveria dar-se ao luxo de desperdiçar.
As medidas de mitigação dos impactos da pesca acidental, relativamente ao cumprimento do acordo de pesca até 2024 elaborado entre Cabo Verde e a União Europeia é uma das preocupações expressas pelos deputados nacionais eleitos pela lista do PAICV em São Vicente.
Josina Freitas disse na conferência de imprensa que a ausência de observadores nacionais a bordo dos navios deixa o país sem informações fidedignas, quando o que se tem são “diários de bordo que são preenchidos pelas próprias embarcações que fazem as capturas”.
Para a deputada do PAICV, está falha representa “perda de oportunidades de criação de postos de trabalho”, colocando em causa a “sustentabilidade do nosso mar”. “Estamos a colocar em causa muita coisa, ou seja, estamos a falar de sustentabilidade, mas estamos a ver o lucro?”, interrogou a parlamentar.
Os deputados do PAICV garantem que vão levar estas questões à próxima sessão parlamentar, assim como confrontar o executivo com facto de as peixeiras não beneficiarem da linha de apoio à pesca semi-industrial, quando “são as mais afetadas pela pobreza” e simultaneamente, “arcam com responsabilidades familiares”. Por isso, afirma, “é preciso que os discursos e os slogans correspondam aos atos”.
Freitas aproveitou também para apelar a uma urgente elaboração de um plano de gestão Zonas de Desenvolvimento Turístico Integral (ZDTI) exemplificando a praia de João Évora em que o acesso a partir da estrada se encontra bloqueada, uma situação que “não podemos admitir isso”.
A demora nas obras do Ocean Race é questionada pelos eleitos nacionais do PAICV que perguntam pelos benefícios deste projeto que entendem já consumir elevados recursos financeiros do Estado.
AC – Estagiária