O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) reiterou hoje que a visão do Governo tem “falhado categoricamente” na melhoria das condições de vida dos cabo-verdianos, de um partido “propagandista” e que utiliza “falas eleitoralistas”.
O deputado eleito pelo círculo eleitoral da ilha do Maio, Etson Alves falava à imprensa no balanço das principais questões que serão abordadas pela oposição durante a primeira sessão plenária de Abril, com início na quarta feira, 10, com o ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire.
Em debate com o ministro, o PAICV avançou que vai levar a situação da degradação social e aumento da pobreza das famílias, sublinhando que no país 26 por cento (%) dos cabo-verdianos continuam sem acesso à água canalizada, 50 % a consumir água não tratada, 13 % sem casas de banho e 15,6 % ainda utilizam lenha para cozinhar.
“O grande problema é o facto de o Governo insistir em definir como principal instrumento de combate à pobreza apenas o crescimento económico esquecendo a dimensão não monetária, a variável social” realçou, evidenciando a problemática da protecção social, habitação e acesso ao pré-escolar.
Para o maior partido da oposição, o crescimento económico “não tem traduzido em benefícios” para as famílias e contribuindo para melhoria das condições de vida, “como deixa em evidência” as 297 mil pessoas que vivem em condições precárias, de acordo com dados do Cadastro Social Único.
O PAICV referiu ainda o aumento da pobreza extrema de 77 mil pessoas, em 2015, para 82 291, em 2022.
“Nessa óptica que entendemos que a visão do Governo tem falhado categoricamente na melhoria de condições de vida dos cabo-verdianos e vamos para o debate levar essas preocupações, apesar do crescimento económico continuamos a ver famílias a viver em situações de precariedade” considerou.
Sugerido pela União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), partido da oposição, o ministro do Mar, Abraão Vicente, participa no debate em resposta às questões de políticas interna e externa.
A sessão será igualmente marcada com o momento de perguntas dos deputados nacionais ao Governo e aprovação da proposta de resolução que aprova o protocolo que altera a Convenção do Conselho de Europa para a Protecção das Pessoas relativamente ao Tratamento Automatizado de Dados de Carácter Pessoal.
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