A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estimou, hoje, que o conflito interno no Sudão poderá causar pelo menos 145 mil refugiados, sobretudo nos países vizinhos do Chade e do Sudão do Sul.
Em conferência de imprensa, coordenada a partir de Genebra, a representante do ACNUR no Chade, Lorena Lo Castro, disse que a agência se prepara para receber até 100.000 refugiados naquele país, 20.000 dos quais já contabilizados até ao momento.
Também a representante no Sudão do Sul, Marie-Hélène Verney, indicou que naquele território são esperados 45.000, segundo os dados avançados pela agência EFE.
A estes números acrescem os sudaneses que fugiram para o pais vizinho Egipto, em relação aos caos a porta-voz do ACNUR em Genebra, Olga Sarrado, afirmou que ainda não existem números exatos sobre o número de refugiados que já chegaram àquele país.
De acordo com o último balanço da Organização das Nações Unidas (ONU), o conflito já provocou 459 mortos e 4.079 feridos.
Os violentos combates no Sudão opõem forças do general Abdel Fattah al-Burhan, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Os confrontos começaram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das RSF no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.