Mindelo acolhe a reunião do Comité de Pilotagem dos programas de conservação em Cabo Verde

12/03/2024 14:49 - Modificado em 12/03/2024 14:49

Decorre em São Vicente, a Reunião do Comité de Pilotagem dos programas de conservação em Cabo Verde, “Programa de Conservação das Aves Marinhas na África Ocidental 2022-2025” e “Capacitar as comunidades de Cabo Verde para práticas responsáveis na pesca artesanal”.

Organizada pela Birdlife África, em parceria com as ONG ambientalistas (Biosfera, Projeto Biodiversidade, Projecto Vitó, Bios.CV e Lantuna), o evento decorre até quinta-feira, 11 a 14 de março, visa, essencialmente, ser uma oportunidade para os parceiros se reunirem e analisarem o progresso dos projetos de conservação em Cabo Verde.

Cabo Verde alberga populações de aves marinhas de importância internacional, incluindo espécies endémicas de aves marinhas. Além disso, o arquipélago mantém elevadas densidades de tartarugas “cabeçudas” nidificantes, representando a segunda maior população nidificante do Atlântico e a terceira mundialmente.

A coordenadora do projeto em África da BirdLife Internacional, diz que o objetivo desta reunião é rever a implementação do projeto do ano passado e também rever os planos de ação para o próximo ano, visto que este é o último ano do projeto em Cabo Verde.

“Estamos aqui para ver como podemos fortalecer as atividades na pesca, para fortalecer as atividades com a pesca e as comunidades locais”, refere que justifica este fortalecimento como um trabalho “mais em conjunto com os parceiros para recolher mais dados”.

E para isso, sustentou, estão a trabalhar com os pescadores, no sentido de encontrar formas de capacitar os pescadores para poderem ter mais ferramentas e ter uma experiência fácil de recolherem dados sobre o mar relativamente às capturas acessórias, que são capturas acidentais. “Para ver como eles podem coletar mais dados. Fazer uma análise a nível global para ter informação”.

A BirdLife encontra-se no país a trabalhar com os parceiros no contexto dos dois projetos. O projeto sobre a conservação das aves marinhas mas também outro projecto sobre como trabalhar com os pescadores artesanais para melhor ter em conta as capturas acidentais de aves e tartarugas.

Além disso, os parceiros envolvidos no projeto receberão uma formação sobre o manuseamento e libertação segura de espécies capturadas acidentalmente, bem como medidas de mitigação de capturas acidentais.

Aqui o objetivo é mostrar aos pescadores mas também aos parceiros do projeto, os técnicos, como, quando um pássaro ou uma tartaruga é capturado pelo pescador, como eles devem manipulá-lo para proteger as suas vidas, mas também para proteger a vida da espécie.

Esse treino lhes dará as ferramentas e técnicas que existem para manipular essas espécies com segurança quando forem capturadas, justificou.

As capturas acidentais da pesca artesanal foram identificadas como uma ameaça importante para as populações de aves marinhas e tartarugas marinhas, que pode ser gerida através do trabalho com a comunidade piscatória.

Nos últimos 10 anos, várias iniciativas foram concretizadas em Cabo Verde para determinar o estado das aves marinhas e tartarugas marinhas, especialmente a sua distribuição e ameaças tanto nos locais de reprodução como no mar, bem como para mitigar as principais ameaças.

A reunião conta, ainda, com as parcerias das entidades governamentais (Direção Nacional do Ambiente – DNA e Direção Nacional de Pesca e Aquacultura – DNPA) e conta ainda com o apoio técnico de especialistas da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – SPEA e da Universidade de Oxford.

EC

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