A CM de Santa Catarina, na sequência da informação avançada pela acessória da Polícia Judiciária (PJ) menos de 12 horas após o presidente da autarquia, Beto Alves, ter sido encontrado baleado, a PJ defenda a tese de que “tudo aponta tratar-se de uma tentativa de suicídio”, vincando que é “inusitada uma reação tão rápida deste órgão de polícia criminal”, não podendo deixar de manifestar algumas inquietações.
A mesma fonte começa por dizer que ao seu ver “não parece crível que uma pessoa destra tenha tentado o suicídio com um disparo na região temporal esquerda”, pelo que é “pouco plausível que alguém que pretenda suicidar-se efetue um disparo a pouca distância da região temporal” com isso, correndo o risco de falhar o tiro, “quando o mais lógico seria encostar o cano da arma na têmpora”.
“Ademais, o Senhor Diretor Clínico do Hospital Agostinho Neto, numa conferência de imprensa efetuada ao início da tarde, referiu-se expressamente a agressão, embora admita que o conceito pode abarcar a possibilidade de tentativa de suicídio, mas nunca sendo perentório a este respeito. Uma versão que, salvo melhor opinião, não coincide com a avançada pela PJ” aponta a CMSC.
Numa primeira reação, a Câmara Municipal de Santa Catarina considera que a versão da PJ, assumida de forma “tão perentória”, é, desde logo, “precipitada e parece-nos, inclusive, tratar-se de uma história mal contada”.
“Porque, a haver uma dúvida razoável (e há várias, como referimos anteriormente), o conteúdo do comunicado teria, necessariamente, de ser mais cauteloso” acrescenta. Pelas razões expostas, a Câmara Municipal de Santa Catarina apela ao diretor nacional da Polícia Judiciária e ao Procurador Geral da República para que acompanhem com a “atenção devida a evolução deste caso, para que as nossas legítimas inquietudes sejam esclarecidas e tenham a devida resposta”.