A associação da Língua Materna Cabo-verdiana (ALMA-CV) considerou “lento” o processo de oficialização da língua cabo-verdiana.
A presidente do Conselho Directivo da ALMA-CV, Amália de Melo Lopes, fez esta afirmação durante o Fórum da Língua Materna Cabo-Verdiana realizado hoje, na cidade da Praia.
De acordo com a responsável, trabalho da associação tem sido “estimular e agilizar” o processo através de diálogos e acções, com “espirito colaborativo e de abertura” no sentido de agilizar e fundamentar o processo.
O Fórum, que tem a duração de um dia, reúne especialistas nacionais e da diáspora, instituições e a sociedade civil com o propósito de debaterem a “imersão” na língua materna cabo-verdiana, visando a construção de ideias e de consensos sobre a língua cabo-verdiana.
A iniciativa, organizada pela Associação da Língua Materna Cabo-verdiana e a Plataforma Cabo Verde Diáspora, enquadra-se no Dia Internacional da Língua Materna, assinalado na última quarta-feira, 21 de Fevereiro.
“Trata-se de uma oportunidade de diálogo e de busca de entendimento sobre a língua”, frisou Amália de Melo, indicado que no fórum serão discutidos, além da questão da oficialização do crioulo, o posicionamento da sociedade civil e das autoridades sobre o assunto.
E um dos temas é sobre a política linguística actual e as suas consequências, explicou a conferencista Eliane Semedo.
“Sabemos que todos os cabo-verdianos têm uma desenvoltura na língua materna, mas na hora de escrever há essa dificuldade, com a escrita decalcada do português e também em situações formais percebe-se que falamos um cabo-verdiano aportuguesado”.
São aspectos que a mesma considera que trazem consequências negativas para a língua cabo-verdiana, porque há muita “interferência” da língua portuguesa na língua cabo-verdiana no contexto formal.
Inforpress/fim