Após a garantia do governo, que não serão exigidos testes de despiste de COVID-19 na retoma das ligações aéreas, que serão segundo a previsão da Cabo Verde Airlines (CVA) em 01 de julho, com um voo para Paris, nas redes socias instalou-se a polémica à volta do assunto, alegando que isso poderia culminar numa propagação desenfreada da doença no país.
A garantia foi dada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva que, em entrevista à Rádio Morabeza, aponta para problemas de operacionalidade de um protocolo de testagem obrigatória, bem como pelo facto de tal prática ser desaconselhada pelas instituições que regulam o sector da aviação civil.
No entanto, muitos defendem que esta decisão do executivo, contraria as recomendações que tem vindo a ser propagada pelas autoridades sanitárias do país e segundo a norma internacional, que mostra a importância que os países tomem medidas de segurança, quando for reaberta a aviação comercial.
Nas redes sociais, um dos assuntos do momento. O internauta Cláudio Fortes defende que todos os passageiros, que viagem das ilhas ou vindos países onde existe a propagação ativa do vírus, “deveria ser imprescindível antes de embarcarem fazerem o teste”.
Na mesma linha o cidadão João Branco que exemplifica com o que aconteceu, no último festival Mindelact, onde segundo o mesmo “uma artista oriunda do Brasil, foi impedida de embarcar porque não tinha o seu certificado de vacina internacional (tinha o boletim de vacinas internacional), comprovando estar vacinada contra a febre amarela”. E por isso diz que é difícil de acreditar “que numa doença que já matou até hoje mais de 400 mil pessoas, seja assim tão fácil viajar para Cabo Verde”. Questionando, então o esforço que tem sido feito para evitar a propagação da doença.
O primeiro-ministro, segundo a mesma fonte, explica o conjunto de procedimentos, de custos operacionais, relacionados com as viagens que tornavam o processo extremamente complicado. “Para fazer uma viagem inter-ilhas, teria que fazer um teste 72 horas antes. Passado este período, esse teste perde validade. Obrigaria a montar um sistema de logística extremamente complicado, em todas as ilhas e em todos os concelhos.
Para Jorge Delgado é importante que se façam os testes para todas as pessoas que estão a viajar para não importar de novo o vírus. “Há necessidade de tomar essas medidas e o governo deveria se acautelar mais”, critica este internauta. Que defende ainda a importância de “entrar de forma organizada e devagar, com espaçamento de pelo menos um metro entre os passageiros”.
E que a quarentena, deveria ser obrigatória, para garantir, que não venha a ter o vírus espalhado por todos os cantos do país, devido a um passageiro infectado e que não se acautelou a medidas de segurança.
Ulisses Correia e Silva diz que na reabertura dos voos internacionais, é impossível. “…Uma pessoa que venha de um país estrangeiro, venha visitar ou fazer um trabalho e seja obrigado a passar 14 dias em quarentena. Esta é uma impossibilidade”, sublinhou o chefe do executivo.
Por outro lado, estes cabo-verdianos defendem, para a retomada da aviação comercial, devem ser conduzidos exames, a realização de testes rápidos, para detectar possível contaminação do novo coronavírus em passageiros nos aeroportos antes dos voos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o teste consiste em furar a ponta do dedo, colher uma amostra do sangue e misturar com reagentes que indicarão se a pessoa já esteve em contato com o vírus e se chegou a desenvolver anticorpos. O teste não é uma garantia de que a pessoa não esteja contaminada, já que os anticorpos podem demorar para serem produzidos pelo corpo mesmo após a infeção.
De relembrar que no mundo inteiro, em Cabo Verde, sem exceção, em razão da pandemia do novo coronavírus as viagens foram praticamente paralisadas, com o fechamento aos turistas.
EC