A organização não-governamental (ONG) portuguesa Help Images pretende expandir-se e envolver cabo-verdianas em projecto que através de curtos documentários quer desconstruir ideias pré-concebidas e mostrar a “relação profunda” de mulheres com o mar.
A ideia foi avançada à RFI pela promotora e dinamizadora do projecto, Raquel Martins, que apontou Cabo Verde como um dos pontos e um dos parceiros interessados a participar da rede de mulheres que trabalham, vivem e pensam o mar um pouco por todo o mundo.
Isto porque, segundo a mesma fonte, na história contemporânea, as mulheres foram sempre afastadas do mar, sendo muitas vezes postas em segundo plano, face a “intrépidos conquistadores”, pescadores, pesquisadores ou desportistas masculinos.
Daí, a intenção da ONG portuguesa Help Images, através do documentário “Mulheres do Mar”, querer mudar esta ideia pré-concebida e dar a conhecer a “relação profunda” entre as mulheres e o mar.
“Se calhar o mar nunca foi um assunto só de homens, mas as mulheres não falavam da sua relação com o mar. Não era algo promovido nem era bem visto as mulheres irem ao mar, por exemplo, mas o nosso projecto centrou-se em falar com mulheres que tinham uma paixão pelo mar, independentemente do seu trabalho”, explicou Raquel Martins.
Tendo em mente este objectivo, o projecto já entrevistou mais de 600 mulheres entre biólogas marinhas, investigadoras oceanográficas, pescadoras, surfistas, peixeiras, mas também tradutoras, políticas, professoras e jornalistas, ainda somente de nacionalidade Portugal.
Entretanto, como asseverou a promotora, a intenção é alcançar outras latitudes, entre estes Cabo Verde, onde, segundo a mesma fonte, há um departamento do Governo “muito interessado” na literacia dos oceanos.
“Tanto em Cabo Verde, como no Brasil estamos muito entusiasmados. Por exemplo, no Brasil temos uma organização que já tem mais de mil mulheres juntas e que podem participar do nosso projecto”, afiançou
Raquel Martins afirmou estarem dispostas a construir uma `hub digital´ de mulheres, também de outros países como Canadá e França, que poderão trocar ideias e saber mais dessa “paixão”.
O projecto conta com o financiamento da Secretaria de Estado para a Igualdade de Portugal.
Inforpress/Fim