Samba Tropical deixou todos encantados numa noite de glamour e explosão de alegria pelas ruas do Mindelo

13/02/2024 04:23 - Modificado em 13/02/2024 20:08
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Eram 23:10 quando o grupo conseguiu dar início ao desfile, marcado inicialmente para às 21 horas. Um problema num dos andores, seguido da avaria do gerador de energia do carro do som, que teve que ser substituído, acabou por ser responsável pelo atraso de duas horas do grupo.

Mas ao que parece, o atraso, apesar de ser desmotivante, não abalou muito o desfile “grandioso” do grupo mais famoso do país, que este ano além dos habituais emigrantes que chegam na ilha, para desfilar no grupo contou com a participação do atual Mayor de Pawtucket, Donald R Grebien.

Logo após ouvirem o som restabelecido, palmas do público que apesar das reclamações não arredou o pé do local, para ver no “chão” o trabalho da carnavalesca estreante Karine Rocha responsável pelo enredo “a humanidade e o tempo” do Samba tropical.

Ela que conseguiu transmitir o que queria, desde do carro alegórico, em representação a Praça Nova, bem como os trajes, a organização das alas e outros detalhes, que para o público “é sempre impressionante ver o Samba Tropical”, apontou uma espectador Jua.

Dorine Fortes, outra jovem, diz que não gosta de carnaval, mas para o samba abre sempre, uma exceção. “Minha família sempre vinha à noite assistir o carnaval. A minha mãe trazia eu e meus dois irmãos e sentávamos no chão à espera e ninguém dormia. Ficávamos até o fim”, comentou a jovem, que assim estava, sentada no chão enquanto aguardava a chegada da “Rainha da Noite”. E apesar do atraso estava firme, em pé quando o grupo chegou na Rua de Lisboa.

Foi uma explosão de alegria, brilho, cores e muita luz, além dos aplausos que recebem quando entram na Rua de Lisboa.

Este ano o percurso Praça Nova/ Rua de Lisboa foi o local de partida escolhido pelo grupo, que levou 20 alas, um acréscimo em relação aos 17 anteriormente divulgados. “Os foliões do grupo de Samba Tropical, “embarcaram” neste mundo para dar a conhecer a história da ilha. E como tivemos muitas inscrições, aumentamos as alas e foi o que vimos aqui. Um desfile emocionante”, afirmou David Leite, presidente da escola de samba.

E por isso, diz, a cidade do Mindelo continua a ser o palco de um espetáculo “sublime”, de um dos grupos mais carismáticos do país, que desfilou com uma potente batucada ao som de “Ôli temp ta bem panhob”, com a letra e música da autoria da dupla, Jotacê & Anísio Rodrigues

Samba Tropical que como já nos habituou, arrastou para a o centro milhares de pessoas curiosas para verem qual a ala mais bonita, como é que estão os figurantes e assistirem a um espetáculo que o grupo tem proporcionado

A multidão é latente por volta das sete e meia. Faltam poucas horas e os minutos para a saída. Todos expectantes, para o início do desfile, mas o arranque que estava previsto para às 21h00 começou com duas horas de atraso, mas a espera não foi em vão, porque no final valeu a espera, afirmam.

David Leite, presidente da agremiação carnavalesca diz que foi um desfile feito com muita dificuldade, mas felizmente tudo decorreu conforme previsto. “Sonhamos muito alto, porque queríamos dar ao povo de São Vicente, e visitantes um espetáculo digno do nosso carnaval. Tivemos alguns problemas”, reconheceu David Leite, que justifica sendo “naturais” tendo em conta a nossa realidade.

Diz que o problema do gerador foi um dos maiores constrangimentos do grupo, que estava a postos para arrancar com o desfile, mas acredita que todo o brilho e a beleza do desfile valeu a pena e compensou o atraso e pede desculpas pelo atraso”

Um desfile que segundo este responsável, só foi possível graças a pessoas que motivaram e ajudaram a dar continuidade ao desfile.

A Escola de Samba Tropical fez um desfile à sua altura, à altura da sua história e das expectativas dos presentes. “Estava lindíssima. Não canso de dizer que o Samba Tropical, para mim, é o melhor grupo do carnaval de São Vicente”, referiu Nilza Delgado.

“Este é um dos maiores desfiles feitos pelo Samba. Alguns problemas do som, mas nada que não pudesse ficar para trás. Agora esta é uma questão que precisa ser resolvida”, apontou outro espectador.

Os foliões, como é o caso de Débora Sousa, cumpriram um desejo. “Vivo na Holanda e sempre tive o sonho de vir para São Vicente e sair no grupo”, contou a jovem emocionada por concretizar o sonho e também assistir “in loco” a grandiosidade do grupo que levou os espectadores a apreciar um desfile, cheio de brilho e beleza para alegrar a ilha.

Para o presidente da Escola de Samba Tropical, o sentimento era de emoção. “Já sabíamos que íamos trazer a emoção para a rua, mas não esperávamos que poderia ser uma mistura de agridoce. Tivemos 1200 pessoas”, referiu no final do desfile em frente ao hotel, onde seria posteriormente, o tradicional baile após o desfile.

Entretanto, o momento mais esperado, antes do desfile oficial aconteceu por volta das 21h40, na Rua de Lisboa. A entrada do Samba no sambódromo mindelense ostentou pomposidade e brilho, com foliões de várias ilhas do país, emigrantes e de outras nacionalidades que vieram a Mindelo brincar o carnaval.

David Leite -Presidente da Escola de Samba Tropical – Carnaval 2024/ Mindelo/São Vicente

O aumento de alas deveu-se, segundo David Leite, à enorme procura de pessoas que queriam sair no grupo. “Tivemos pessoas que pediram para fazer alas. Avaliamos as propostas e quando vimos que tinham capacidade para tal, aceitamos.

Com o desafio aceite e superado, todas as alas contaram uma história, que só não foi nota 100, devido as condições do som que continua a ser um dos problemas a serem corrigidos, isso, de acordo com David Leite, devido a dimensão que a festa tem alcançado ao longo dos anos. “Hoje tivemos o problema do gerador de energia. Para conseguirmos um som assim temos que ter um equipamento mais potente. É preciso que os grupos investem nisso. Todos temos interesse em ter o seu próprio património.”

O grupo distingue-se dos outros, por não entrar em competição durante o concurso carnavalesco a quando do desfile dos blocos. Reservam a noite para exibirem o esplendor dos temas com que brindam as gentes de São Vicente.

O grupo Samba Tropical, nasceu em 1982 fruto do inconformismo de um grupo de pais, que decidiu organizar um desfile infantil numa época em que o Carnaval de São Vicente se encontrava em estado moribundo. 

Formado essencialmente por gente da classe média alta da sociedade mindelense, Samba Tropical, distingue-se dos outros grupos, por não entrar em competição durante o concurso carnavalesco de terça-feira. Reservam a noite para exibirem o esplendor dos temas com que brindam as gentes de São Vicente.

O Carnaval continua hoje com o desfile dos grupos oficiais que vão a concurso – Estrela-do-mar, Flores do Mindelo, Monte Sossego e Cruzeiros do Norte – a partir das 19:00. A cerimónia de entrega de prémios acontece na tarde de quarta-feira.

Elvis carvalho

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