Biosfera pede medidas de controlo a cães selvagens um “problema sério” para nidificação de tartarugas 

21/09/2023 10:14 - Modificado em 21/09/2023 10:14
@Biosfera

O coordenador do Departamento de Conservação da Biosfera pediu as autoridades para tomarem medidas contra o aumento de cães selvagens, em São Vicente, que se está a tornar um “problema sério” para as tartarugas.

Alberto Queiruga fez o apelo em entrevista à Inforpress para balanço da campanha de protecção das tartarugas na ilha, sendo a Biosfera uma das associações responsáveis pelas actividades no terreno.

Conforme o biólogo, a Organização Não Governamental (ONG) teve de socorrer uma tartaruga adulta atacada por cães há já algumas semanas em Salamansa, mas que não resistiu aos ferimentos e morreu.

“Os cães selvagens já aprenderam que as tartarugas, não só as maiores, como também os filhotes, são uma fonte de alimentação, e então estão a fazer ataques e a destruir os ninhos”, esclareceu a mesma fonte, relembrando que nos outros anos já tiveram o mesmo problema em outras praias da ilha, nomeadamente, a praia de João Évora, praia de Jon d´Ebra, como é conhecida popularmente.

O técnico sublinhou ainda que a situação não é exclusivamente de São Vicente, mas também de outras ilhas, como já relatado por outras associações.

Daí o apelo para que as autoridades, principalmente os municipais, procurem encontrar soluções para acabar, ou ao menos minimizar, o “grande constrangimento” que está a prejudicar a época de desovas de tartarugas a nível nacional.

Alberto Queiruga disse acreditar que as soluções poderão passar pela mudança na legislação, para controlo e erradicação dos cães soltos na natureza.

“Nós da Biosfera, apesar de nossa área de actuação ser a vida selvagem, estamos a estudar e a tentar criar programas para fazer o combate a essa ameaça”, justificou o responsável, para quem está é uma “questão complicada” que deverá passar também pela intervenção das autoridades.

Apesar do problema, a ONG ambiental, que tem sob sua responsabilidade a patrulha das praias de Calhau, Praia Grande, Jon d´Ébra, e Salamansa, onde construiu um viveiro, já registou, de 20 de Junho, data do início da campanha, até agora, um total de 810 ninhos, sendo a praia Grande a detentora da maior parte destes.

Quanto a rastos, são 2.187 e ainda cinco tartarugas perdidas e sete capturas, conforme dados avançados por Alberto Queiruga, para quem este está a ser um “ano razoável” com números maiores que 2022, em que foram contabilizados somente 400 ninhos, mas bem inferior ao “boom” de 2021, com cinco mil.

Os trabalhos no terreno da associação estão a ser desenvolvidos por 126 voluntários, que devem permanecer até 15 a 20 de Outubro.

Entretanto, a protecção, segundo a mesma fonte, deverá ser feita até finais de Novembro com as crias que deverão nascer no viveiro de Salamansa.

Além da Biosfera, a campanha de protecção de tartarugas, em São Vicente, é feita também Associação Terra-Terra e pela Associação Ponta d´Pom, esta última que este ano não está em acção devido a condições financeiras, conforme informações recolhidas.

Inforpress/Fim

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