Frescomar já despediu 202 trabalhadores no início deste ano e pode despedir mais 162 brevemente – SIACSA

17/01/2024 12:18 - Modificado em 17/01/2024 12:22

A Indústria de conservas de pescado, Frescomar, sediada em São Vicente, entregou carta de despedimento a 202 trabalhadores no início deste ano de 2024. A previsão, conforme o Sindicato da Indústria, Serviços Gerais, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Sector de empresa Privada, Serviços Marítimos e Portuários (SIACSA) é que mais 162 podem ir para casa brevemente.

Em declarações à imprensa, durante uma conferência na manhã de hoje, 17 de janeiro, no Mindelo, o coordenador do SIACSA na ilha, Heidy Ganeto de Andrade, diz que esta é uma situação derivada da falta de meios e mecanismos que permitam a indústria pesqueira funcionar na ilha.

Face a este problema, o sindicalista diz que o governo deveria criar tais mecanismos que permitam os armadores nacionais darem conta da demanda necessária ao bom funcionamento da empresa Frescomar.

Isso, porque justificou, a dependência da empresa, devido a acordos não cumpridos, tais como o tratamento e fornecimento de pescado, por parte da empresa espanhola Atunlo, tornou-se impossível a Frescomar manter certos contratos.

“Só no início deste ano já foram despedidos 202 trabalhadores e, em casa ainda encontram-se cerca de 165 que aguardam por dias melhores para voltarem a trabalhar”, esclareceu Ganeto.

Neste sentido o sindicato apela ao governo a ter uma maior atenção a esta situação, que garanta as condições necessárias para alimentar a indústria pesqueira nacional e assim permitir a manutenção dos postos de trabalho.

“O problema é a falta de garantias, meios criados ou admitidos pelo Governo mediante propostas no sentido de apetrechar os armadores nacionais para conseguirem navegar mar fora e conseguir matéria-prima que alimenta tal indústria e permita a manutenção dos postos de trabalho, a qual é o garante da sobrevivência e dignidade da pessoa trabalhador”, atirou o sindicalista.

Com efeito, para o SIACSA é urgente dotar os armadores nacionais de condições para poderem “competir com os barcos estrangeiros e sustentar uma indústria que até então é refém de acordos de derrogação renovável à mercê da vontade da União Europeia, que pode atribuí-lo ou não”.

Ainda de acordo com Heidy Ganeto a situação é pior na empresa Atunlo, que corre sérios riscos de encerrar atividades e proceder ao despedimento coletivo face à falência deste na Europa. “Já adiantaram a situação e sabemos que já fecharam duas fábricas na Europa”.

E face à situação da empresa Frescomar, o sindicato organiza para o dia 19 de janeiro, com concentração na Praça Dom Luís, uma manifestação realizada pelos ex-trabalhadores, que vão protestar nas ruas da cidade “as suas revoltas” por estes despedimentos que apanhou todos de surpresa neste início do ano.

Elvis Carvalho

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