Venezuela acolhe Alex Saab como herói: “Tenho orgulho de servir este Governo”

21/12/2023 13:52 - Modificado em 21/12/2023 13:52
Alex Saab com a sua família e Nicolás Maduro, data de 20 de dezembro em Caracas (Venezuela).
Foto: LEONARDO FERNANDEZ VILORIA (REUTERS)

 Alex Saab foi preso em Cabo Verde em 12 de junho de 2020 e extraditado para a Flórida, EUA, onde aguardava um julgamento por suposta lavagem de dinheiro relacionada ao Governo da Venezuela e acabou por ser solto esta quarta-feira, 20 de dezembro.

Em cabo Verde, antigo enviado especial da Venezuela, foi preso na ilha do Sal, quando seguia para o Irão, alegadamente para negociar produtos alimentares para a Venezuela, Alex Saab foi extraditado para os Estados Unidos no dia 16 de Outubro de 2021, depois de o Tribunal Constitucional (TC) ter rejeitado, a 30 de Agosto, o recurso da defesa contra a decisão do Supremo Tribunal da Justiça, de Cabo Verde, que, a 17 de Março, tinha recusado outro recurso contra a sentença de extradição para os Estados Unidos, a 4 de Janeiro, do Tribunal de Relação de Barlavento.

O TC indeferiu vários outros recursos da defesa.

E esta quarta-feira, 20, a informação foi avançada pela AP, citado pelo EL País que afirmou que após uma uma operação altamente diplomática, o Governo dos EUA libertou esta quarta-feira o empresário colombiano-venezuelano Alex Saab, que estava preso em uma prisão da Flórida por seu papel como suposto testa-de-ferro do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Saab e Maduro apareceram juntos em Caracas à tarde, com a liderança chavista em evento transmitido pela televisão. “Tenho orgulho de servir este Governo”, declarou Saab, que recebeu uma recepção reservada aos heróis.

A libertação faz parte de um acordo através do qual Washington obtém em troca o retorno de 10 americanos presos no país latino-americano (seis deles “detidos injustamente”, segundo a Casa Branca) e a extradição de um criminoso conhecido pelo pseudônimo Fat Leonard, bem como a libertação de 21 presos políticos venezuelanos, incluindo Roberto Abdul, organizador das primárias da oposição. O pacto também inclui a revogação de três mandados de prisão contra opositores do regime de Maduro

“Reunir os americanos detidos injustamente com os seus entes queridos tem sido uma prioridade para a minha administração desde o primeiro dia. Assim como o regresso aos Estados Unidos dos fugitivos da justiça”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em comunicado.

Saab estava preso em Miami desde 2021, quando foi extraditado após ter sido preso um ano antes em Cabo Verde, na costa noroeste de África. Ele foi procurado é capturado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha para prática de crime, enriquecimento ilícito, exportações e importações fictícias e fraude agravada.

A sua libertação ocorreu no ilhéu de Canoan, pertencente à república de São Vicente e Granadinas, no Mar das Caraíbas, cujo Governo é aliado da Venezuela. De lá, Saab partiu para Caracas, onde chegou à tarde.

Saab foi preso em Cabo Verde em 12 de junho de 2020 e extraditado para a Flórida, onde aguardava um julgamento por suposta lavagem de dinheiro relacionada ao Governo da Venezuela.

Em 2019, este antigo colaborador de Maduro foi incluído na lista negra do Departamento do Tesouro dos EUA, juntamente com associados e familiares que faziam parte de uma suposta estrutura de corrupção. Nesse mesmo ano, na Colômbia foi acusado de crimes de lavagem de dinheiro e desde 2018 estava foragido da justiça do seu país natal. No México também investigaram os seus negócios.

Na Flórida, a defesa de Saab tentou demonstrar que gozava de imunidade diplomática. A sua estratégia jurídica desde a sua prisão baseou-se em mostrar que era um “enviado especial” do Governo venezuelano e que, portanto, a sua prisão tinha sido ilegal. Diante disso, a promotoria providenciou para desmantelar a defesa do acusado uma série de passaportes e outros documentos supostamente falsificados por funcionários chavistas para fazer parecer que se tratava de um representante diplomático nomeado por Caracas.

Durante o processo, também foi demonstrado que Saab foi contratado secretamente pela DEA (United States Drug Enforcement Administration) em 2018 para colaborar com a Administração norte-americana e forneceu informações sobre os subornos que pagou a acusações do regime venezuelano, segundo documentos judiciais. .

 El País

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