Homicídio de Carlos Duarte em Lameirão: Réu é condenado a 16 anos de prisão

10/12/2023 18:34 - Modificado em 11/12/2023 18:11

Kevin Monteiro, 28 anos, foi condenado, na sexta-feira, pelo Tribunal de S. Vicente a 16 anos e seis meses de prisão, em cúmulo jurídico, pelos crimes de homicídio simples de Carlos Duarte e crime de arma de fogo, na zona do Lameirão, em São Vicente, no dia 16 de agosto de 2022. Ainda terá de pagar uma indemnização no valor de 1.500 contos aos familiares da vítima.

Kevin Monteiro nunca assumiu a autoria do disparo que tirou a vida ao malogrado. Entretanto, ouvido pelas autoridades judiciais, foi-lhe aplicada prisão preventiva e e no dia 08, condenado a passar 16 anos e seis meses em prisão efetiva, na Cadeira Central de Ribeirinha.

A defesa considerou a pena demasiado pesada e vai recorrer da sentença.

De referir que na altura do crime, os familiares e amigos de Carlos Duarte, falecido, em frente a sua casa, após ter sido baleado, alegaram, na altura, que caso a justiça não funcionasse, este caso teria um desfecho diferente”, ameaçou um dos 11 irmãos do falecido.

Rudson Duarte que falou em nome dos familiares, relatou, segundo informações, que disse ter recolhido por pessoas que estavam no local, na hora do crime, que uma acusação de roubo de uma pá usada na construção civil, teria sido o motivo que despoletou a discussão, e que levou a morte do irmão.

Contou, que o agora condenado, teria acusado o seu irmão de ter sido o autor do roubo. “E quando ele chegou do trabalho, soube desta acusação e foi confrontar o jovem, que ao ser abordado ameaçou-lhe com uma faca. Discutiram e depois foram separados por pessoas que estavam próximas”, relata o irmão, que afirmou que após a discussão o agressor deu sinais de ir embora. Contudo, acredita que esta foi apenas uma manobra, para efetivar o ataque.

“Dez minutos depois ouviram os disparos. O meu irmão estava no lado de trás da nossa casa. Foram três tiros”, prosseguiu este familiar, afirmando que o irmão ainda teve forças para pedir ajuda.

“Conseguiu chamar por ajuda uma única vez. O meu cunhado viu-o sangrando, tentou prestar auxílio, mas infelizmente ninguém pôde fazer nada. Ele acabou por morrer mesmo à porta da casa”, referiu.

“Fui chamado por volta das 20:55, por outros familiares, dando conta que o meu irmão tinha sido alvejado e que tinha sido levado para o hospital. Ele morreu no local”, lembra Rudson Duarte.

Conforme o juiz, citado pelo Mindel Insite, ninguém deve matar por nenhum motivo, muito menos por motivos fúteis.

Este acredita que os dois vizinhos terão tido uma discussão terrível, o que poderá ter levado o jovem a agir por impulso e para se mostrar. “De facto, não há uma prova directa, mas, tendo em conta os factos, podemos fazer uma análise e chegar à conclusão de que o arguido matou a vítima, agindo seguramente por impulso. Fez três disparos, mas apenas um acertou o malogrado, que faleceu.”

O mais grave, no entender do magistrado, refere o jornal online, é que o arguido nunca falou sobre o incidente, embora seja um direito que lhe assiste, e mostrou-se sempre indiferente e alheio a uma morte. “Não colaborou com a justiça e nunca mostrou sinal de arrependimento”.

Um exame solicitado pelo Ministério Público confirmou a presença de pólvora nas suas mãos.

O juiz considerou esta prova fundamental para o desfecho deste caso. De recordar que, durante uma busca efetuada na sua residência, a PJ encontrou uma arma 6.35 com 3 munições.

Comente a notícia

Obrigatório

Publicidades
© 2012 - 2024: Notícias do Norte | Todos os direitos reservados.