Cabo Verde com problemas de exportação de pescado em conservas devido à falta de matéria-prima no mercado – ministro

2/11/2023 19:41 - Modificado em 2/11/2023 19:41

O ministro do Mar informou hoje que Cabo Verde está com problemas de exportação de pescado em conservas devido à falta de peixes no mercado e que não têm chegado para abastecer a conserveira Frescomar.

“Um dos problemas do sector de exportação do pescado, tem haver neste momento com a escassez de matéria para produção e transformação”, sustentou Abraão Vicente, numa entrevista à Inforpress sobre o Orçamento do Estado para 2024.

Segundo a mesma fonte, a empresa de frio Atunlo, sediada no Porto Grande do Mindelo, está praticamente parada, prejudicando a linha de lombos da conserveira Frescomar, também em São Vicente, porque não há disponibilidade de pescado no mercado.

“Ou seja, aquilo que é pescado a nível nacional não tem a logística suficiente para ser vendido à Frescomar e à Atunlo, e o nível de transbordo que fica em Cabo Verde não é suficiente para alimentar o mercado local”, explicou.

Mesmo assim, Abraão Vicente diz-se “muito confiante” que a derrogação para exportação para a União Europeia será renovada por mais dois anos, quando, neste momento, está-se no processo final para entregar o relatório de 30 meses.

Entretanto, sustentou, é preciso que Cabo Verde crie uma maior robustez, através dos armadores nacionais, que devem ter maior capacidade de correr riscos.

“Mas, significa também que o sector bancário deve ser mais amigo do sector das pescas”, alertou, justificando com o caso de vários empresários que quiseram investir no sector e que, apesar de terem a garantia de 20 por cento (%) do financiamento a fundo perdido por parte do Ministério do Mar, ainda não conseguiram desbloquear os créditos.

“É um processo muito longo, muito extenso e cansativo até para os investidores, Cabo Verde tem ser ainda mais ‘friendly’ (amigo) para o sector das pescas”, reiterou.

Como outra valência, Abraão Vicente disse ser também preciso organizar as cooperativas para serem auto-sustentáveis.

Há necessidade ainda, conforme o governante, de se organizar o mercado para haver logística de frio e congelamento para o pescado chegar à Atunlo e depois Frescomar e para o pescado da maior banca de Cabo Verde, a “Nova Holanda”, situada a quase 600 milhas da ilha do Sal, chegar a São Vicente e as indústrias não terem necessidade de se deslocar a outras ilhas.

Neste sentido, o ministro do Mar anunciou que a obra do Porto da Palmeira, também no Sal, já tem financiamento garantido e deve contemplar a criação de infra-estruturas de congelamento, para poder explorar a Nova Holanda.

Inforpress

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