PAICV e UCID criticam governo e apontam crise de governação e falta de sensibilidade

6/10/2023 22:08 - Modificado em 6/10/2023 22:08

O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, fez duras críticas ao governo, esta sexta-feira, no parlamento, alegando uma gestão “insensível” e desconectada da realidade do país. Semedo destacou a alta de preços de produtos essenciais e a falta de medidas para amenizar o impacto na população. As declarações geraram um intenso debate político, com a UCID endossando as críticas e o MpD defendendo a gestão do governo em meio a um cenário de desafios económicos.

Neste último dia da sessão plenária de outubro, em uma declaração política,  Rui Semedo, ressaltou a difícil situação que os cabo-verdianos enfrentam diante da atual crise econômica e de governação. Semedo enfatizou a alta de preços de produtos e bens essenciais, sem a devida criação de políticas de amortecimento por parte do governo.

O líder do PAICV também criticou a falta de esforços para reequilibrar o poder de compra da população, além da ausência de reformas e medidas adequadas para solucionar os problemas fundamentais do país.

“A crise de governação é notada pela ausência de reformas e pelas medidas desajustadas que não contribuem para resolver os problemas fundamentais destas ilhas”, ressaltou Semedo.

Semedo também apontou para a instabilidade nos setores de transportes aéreos e marítimos, afirmando que isso tem impactos significativos na vida dos cabo-verdianos.

“A crise de governação é verificada pela instabilidade provocada no setor dos transportes aéreos e marítimos que parece ser vítima de enguiços permanentes para atormentar a vida dos cabo-verdianos”, afirmou o líder do PAICV.

As críticas de Semedo ressoaram na oposição, com João Santos Luís, Presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), endossando as preocupações, dizendo que os problemas laborais, privatizações e a falta de transparência como fatores que contribuem para a atual “conturbação” no país.

O líder da UCID também apontou para a recente privatização da ASA, que resultou em um aumento das taxas nos aeroportos, como exemplo de uma política que parece ignorar as dificuldades enfrentadas pela população.

Por outro lado, Luís Carlos Silva, deputado do Movimento para a Democracia (MpD), defendeu o governo, argumentando que enfrentou desafios económicos consideráveis e implementou medidas importantes para a população.

“O país enfrentou uma sequência de crises, as piores que o mundo viu e com origem externa. Enfrentamos uma recessão de 20%, uma impensável inflação de 9% e um défice público de 2 dígitos”, ressaltou Luís Carlos Silva.

O deputado do MpD destacou também as políticas de assistência social implementadas, como o cadastro social e o preço social para eletricidade e água, como exemplos de medidas que têm beneficiado muitos cabo-verdianos em meio à crise.

“Este governo teve que enfrentar e enfrentou com valentia e as almofadas podem não ter sido suficientes, mas foram extraordinárias, muito relevantes para a vida de muitos cabo-verdianos. Podem não ter sido relevantes para o PAICV e para a UCID”, destacou.

AC – Estagiária

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