“Olá, sou Yulia Navalnaya. Alexei foi detido na entrada do prédio. Pediu que informasse que os nossos planos não mudaram: Tverskaya”, pode ler-se na conta oficial do activista russo, numa referência ao local para onde estava marcado o início dos protestos contra a corrupção no país.
Segundo a Reuters, a polícia russa já deteve pelo menos 200 manifestantes no centro de Moscovo.
As autoridades de Moscovo autorizaram a manifestação numa zona distante centro da cidade, mas Navalny alterou a localização dessa manifestação para uma das ruas mais movimentadas da cidade, a Tverskaya, perto do Kremlin. A decisão foi tomada depois de o activista ter denunciado uma pressão por parte das autoridades para que empresários não fornecessem materiais de som e de vídeo aos manifestantes.
A detenção do principal líder da oposição não impediu os manifestantes de se dirigirem para as ruas de Moscovo. As imagens em directo divulgadas nas redes sociais mostram centenas de manifestantes nas ruas, vigiados por um forte aparto policial.
Segundo a agência Reuters, foi usado gás pimenta para afastar os manifestantes.
A afluência à manifestação convocada para esta segunda-feira é vista pelos analistas como uma forma de “medir o pulso” ao apoio que Navalny poderá ter para enfrentar Putin nas urnas, que acontecem dentro de um ano.
“Quero mudanças. Quero viver num Estado democrático moderno e quero que os nossos impostos sejam convertidos em estradas, escolas e hospitais”, defendeu o advogado de 41 anos nas redes sociais, quando decidiu convocar esta manifestação.
Tido como o principal rosto da oposição russa desde 2011, Navalny já liderou várias manifestações contra o regime de Vladimir Putin. Em Março deste ano, 60 mil pessoas juntaram-se a Navalny nas ruas de Moscovo contra um caso de corrupção ligado ao primeiro-ministro, Dmitry Medvedev. Foram então detidas mais de mil pessoas.
No final de Abril, o político russo foi alvo de um ataque que o deixou praticamente cego depois de ter sido atacado com um líquido verde tóxico.