José Manuel Vaz, presidente da CCSL, em entrevista a RCV, considera que o código de trabalho apresentado pelo Governo anterior, e discutido em sede de concertação social deve ser suspenso. E o motivo desta suspensão é que segundo Manuel Vaz “prejudica gravemente os trabalhadores cabo-verdianos”.
“A nossa posição é de suspender a aceitação do diploma porque prejudica os trabalhadores, isto, mesmo com a inclusão do subsídio de desemprego, porque as alterações que foram feitas prejudicam gravemente os trabalhadores cabo-verdianos”.
E reitera que na central sindical não chegaram a apoiar o novo diploma. O aumento do horário de trabalho, reposição das horas extraordinárias, aliada a outras preocupações do sindicato em relação ao código de trabalhado apresentado estiveram na origem da sua não-aceitação por parte da CCSL.
O Conselho de Concertação social vai reunir-se ainda esta semana. E a proposta que a CCSL enviou ao Governo demostra a preocupação com a reposição do poder de compra dos cabo-verdianos. “Para repor a perda do poder de vinte e quatro por cento, neste momento, achamos que o reajustamento salarial seja feita anualmente em função da taxa de inflação para travar a queda progressiva do poder de compra”. Esta é uma das medidas propostas pela central a qual se acrescenta a compensação da perda do poder de compra com o pagamento faseado do décimo terceiro aos trabalhadores. E depois podemos compensar as perdas anteriores.
Muitas pessoas acham que a formação académica em certas situações tem pouco peso. Será que isso acontece no caso do sindicalismo ? Não sei. Só sei que quem está a par do que se passa no mundo moderno, vê o que se passa em países que nos dão dinheiro como Portugal, Espanha e Brasil. Os governos estão de uma forma mais ou menos aberta a conter todas as despesas para ver se acetam as contas com um deficit abaixo dos 3% e se aumentam a competitividade e estão a reduzir as regalias laborais, para atrair o investimento externo. Aqui é Cabo Verde, país que se não for a ajuda externa não funciona e fica parado, lemos propostas que aumentam o deficit, acentuam regalias laborais sem ligar para a competitividade. Em resumo acham que os outros trabalham lá fora, apertam o cinto para poderem dar dinheiro ao Governo de Cabo Verde, porque só assim se poderá atender ás reivindicações da CCSL.