Baía das gatas rende-se ao Bana em noite de tributo ao “Rei da Morna e espetáculo contagiante de Dynamo e Xamã nas suas estreias

13/08/2023 15:05 - Modificado em 13/08/2023 15:05

O segundo dia do Festival Internacional de Música da Baía das Gatas 2023 ficou marcado pelo tributo a Adriano Gonçalves, ao “Bana”. O artista foi relembrado num concerto que juntou três vozes distintas do panorama musical nacional, Leonel Almeida e Dany Silva, dois artistas já consagrados na senda musical, e Jennifer Soledad, que também se tem destacado a nível nacional, acompanhado pela banda Monte Cara. A noite foi de coladeira, mas a Morna, esteve presente.

Leonel Almeida, destacou a importância que o rei teve na sua vida, durante os 30 anos de parceria. “Com Bana engrandeci, trabalhando com ele” e senti esta homenagem bastante satisfatória, Foi um prazer enorme, mas também mais triste, com a perda do meu pai”, lamentou.

Bana era um homem de família, apaixonado pela morna e um aficionado pelo Benfica, segundo Leonel Almeida. “Bana poderia cantar “A Lua vagabunda”, centenas de vezes e sempre de uma forma diferente. “Bana foi o maior cantor de Morna de todos os tempos”, reverenciou o artista que considera que trabalhar ao lado do “Rei da Morna”, o engrandeceu como artista e como pessoa.

Para a Artista Mindelense, foi uma honra enorme participar neste tributo ao Bana, mas também uma satisfação estar ao lado “destes dois grandes artistas que fazem parte da minha vida, neste momento”. Um momento sempre diferente ser aqui em São Vicente, no Baia das Gatas, atirou Jennifer Soledad.

E defende que é uma fantasia, a ideia de que jovens não gostam de morna. “O que vimos no Baía das Gatas  contradiz essa ideia. E ver todos estes jovens ali ouvindo, e cantando as músicas tradicionais é para mim mais uma confirmação, de que a nossa música tradicional não vai morrer”, Salientou.

Danny Silva, defende que foi um momento mais que especial, já que o convite deste projecto Monte Cara, através da família do homenageado. “Que que nos chegou este convite, aceitamos de prontidão, já que Bana, para mim tem um significado especial”. 

Foi uma viagem para os sucessos do artista Mindelense, que é considerado um dos maiores impulsionadores de músicos cabo-verdianos da sua geração.

“Foi o responsável pela minha primeira gravação como cantor, um single que teve a etiqueta Monte Cara e o meu primeiro disco a solo foi a convite dele”. 

Por isso, afirmou que só tem que lhe agradecer essa oportunidade que ele me deu. “Isto diz tudo, a partir daqui surgiu outros convites, de outras editoras”, salientou Dany Silva, que enalteceu o contributo, mas que merecido por Bana.

“Bana foi aquela figura que influenciou a todos nós, principalmente, quem gosta de morna”, realçou o cantor.

Após o tributo, Paula Fernandes, a música tradicional cabo-verdiana, deu lugar aos temas brasileiros, a artista Brasileira em palco trouxe muito movimento, e diversão e acredita que recebeu muita coisa boa e vivenciar o momento de novo. 

“Sinto muito bem em Cabo Verde, onde fui bem recebida”, afirmou a artista que não se mostrou surpresa pela resposta do público que a acompanhou durante, uma hora e meia de atuação. 
Apesar de ter trazido um repertório bastante diferente, com temas pouco conhecidos dos festivaleiros.

Viajou pelo seu novo projecto 11:11, um espetáculo dançante, com uma vibe diferente, sem perder a essência da Paula Fernandes, que apresentou os seus sucessos com uma nova cara , bem como versões de outros artistas e inéditos. “O projeto é diferente de tudo aquilo que as pessoas estão acostumadas e está sendo bem recebido”, realçou a artista brasileira. 

O ponto alto do festival iniciou a perto das 03:00 com Dynamo, que pela primeira vez actuou  no festival e encantou os corações apaixonados com a música “kimica”, enfeitiçando as mulheres com “The only One” e “primavera”, “enquanto um respira”, entre outros temas de sucesso.

A química e o entrosamento com o público, foi especial, para ocantor salense com raízes em São Vicente, que estava ansioso por esta estreia, no Baía da Gatas. “Era um sonho antigo, e hoje consegui realizá-lo. Na ilha do meu pai e avo”, referiu o artista que já pisou em todos os grandes festivais de músicas do país. 

“É uma responsabilidade enorme subir neste palco, contudo, a forma como o público correspondeu é maior e mais especial”, realçou o cantor que falou ainda da naturalidade que o público acompanhou a sua atuação. 

Uma hora depois, foi a vez da estreia de Xamã, entrou para arrasar corações, e emocionou o público, que não arredou o pé do recinto, aliás tirou o pé do chão a cada atuação. O autor de “Malvadão”, soube escolher o seu repertório e num perfeito entrosamento com o público, brincou, aplaudiu, e com o seu estilo extravagante contagiou o areal.

A noite ainda contou a atuação eletrizante do já conhecido Deejay Telio, aliás, não poderia ser diferente tendo em conta o estilo de música que já acostumou os seus fãs.

A 39ª. edição do Festival Internacional de Música da Baía das Gatas continua hoje com o desfile de artistas e bandas, a principiar às 18:30, sendo eles Ceuzany, Dino d´Santiago, Protoje, Plutónio, Yuran Beatz, Ary Beatz & Mc Acondize.

Elvis carvalho

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