Lucros da empresa de tabacos nacional caíram 6,7% em 2022 para 2ME

15/05/2023 18:46 - Modificado em 15/05/2023 18:48

Os lucros da Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos (SCT) caíram 6,7% em 2022, para 217,4 milhões de escudos (dois milhões de euros), tendo a tabaqueira aprovado o pagamento de um dividendo de 7,60 euros por acção.

Segundo o relatório e contas de 2022 da empresa, a que a Lusa teve acesso, o conselho de administração da tabaqueira propôs a aplicação de 200 milhões de escudos (1,8 milhões de euros) em dividendos aos accionistas, mantendo o valor dos últimos anos.

Distribuídos pelas 240.000 acções da Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos, que tem o monopólio da distribuição do tabaco em Cabo Verde, trata-se de um dividendo de 833 escudos (7,60 euros) por cada acção, enquanto os restantes quase 17,5 milhões de escudos (160 mil euros) dos lucros do ano passado serão aplicados em reservas legais da empresa.

Ainda assim, trata-se de uma quebra nos lucros, face ao crescimento de 8,3% em 2021, então para 233,2 milhões de escudos (2,1 milhões de euros) que então inverteu quedas sucessivas.

No relatório e contas, a empresa sublinha que os gastos operacionais registaram em 2022 um acréscimo de 25%, “justificado, essencialmente, pelo aumento da Taxa Específica de 40 escudos para 70 escudos [de 36 para 64 cêntimos de euro] por maço produzido e importado”.

Trata-se de uma taxa introduzida em 2019 e que em quatro anos rendeu ao Estado praticamente 619 milhões de escudos (5,6 milhões de euros) e que já no início de 2023 voltou a ser actualizada pelo Governo, para 90 escudos (82 cêntimos), com a tabaqueira a sublinhar que isso tem impacto “directa e significativamente nos rácios e indicadores” da empresa, desde logo porque “aumenta os preços dos produtos e mercadorias” e “consequentemente o valor das vendas”, mas que também “diminui, tendencial e efectivamente, as quantidades vendidas”, bem como os resultados.

A tabaqueira cabo-verdiana viu as vendas aumentarem 14% em 2022, face ao ano anterior, para mais de 1.133 milhões de escudos (10,3 milhões de euros).

No relatório e contas da SCT acrescenta-se que a empresa tem actualmente reservas de quase 430 milhões de escudos (3,9 milhões de euros) e que a reserva legal “já atingiu o valor máximo exigido por lei”, daí voltar a distribuir o mesmo valor em dividendos face a anos anteriores e que devido à incerteza provocada pela guerra na Ucrânia voltou a adiar a aplicação do Plano de Investimentos.

A estrutura accionista da SCT é liderada (51,15%) por um Agrupamento de Empresas, com 122.760 acções, seguido do Município do Sal (12,50%), que detém 30.000 acções. As restantes 87.240 ações (36,35%) estão cotadas na Bolsa de Valores de Cabo Verde e distribuídas pelo público em geral, segundo informação da empresa.

Com sede na ilha de São Vicente, a tabaqueira cabo-verdiana fechou 2022 com cerca de 40 trabalhadores e uma capitalização bolsista recorde de 567 milhões de escudos (5,1 milhões de euros).

Inforpres/Lusa

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