Estudantes do secundário protestam em São Vicente devido à falta de conteúdos de algumas disciplinas, além de congelamento de notas

Vários alunos das cinco escolas secundárias da ilha de São Vicente, realizaram, hoje, 16 de abril, uma manifestação devido a alguns problemas, que dizem têm enfrentado ao longo dos anos lectivos. Falta de professores, falta de conteúdo, disciplinas, bi-anuais e falta de conteúdo de disciplinas que deixaram no 9º e 10º ano, além de congelamento de notas e outras preocupações dos alunos do 11.º e 12.º ano de escolaridade.

Um do porta-voz do grupo, Alexandre Delgado, do 11.º diz que já têm dois anos com disciplinas sem professores, e disciplinas com Literatura e TIC que não tem matérias. E falta de materiais didáticos para o ensino nas escolas. Apontam o dedo ao Ministério da Educação, que segundo dizem, não tem acompanhado as mudanças que o país precisa neste sector.

Sobre os exames pendentes, alegam que deixaram alguns exames no nono ano e quando foram repetir o exame, agora no décimo ano não conseguiram fazer porque não tinham nenhum conteúdo. “Vai acontecer o novamente porque introduziram novas matérias e não temos nada para estudar e realizar o exame”.

São várias as reivindicações, destaque para alunos que estudam de manhã e trabalham de tarde. “Alunos de 11″e 12 se tem aulas de manhã e tarde, não consegue ir às aulas porque tem trabalho e temos uma lei que favorece o estudante- trabalhador”, Alexandre Delgado.

De referir que sobre isso, a lei cabo-verdiana considera trabalhador-estudante todo aquele que, independentemente do tipo de vínculo laboral, seja trabalhador por conta de outrem, ao serviço de uma entidade pública ou privada, e que frequente qualquer nível de ensino, primário, secundário ou superior, ou curso de formação profissional certificado pelas autoridades competentes.

Para manter o estatuto, “o trabalhador-estudante deve ter aproveitamento escolar no ano letivo anterior”, sendo que o empregador tem o direito de controlar a sua assiduidade e aproveitamento.

Esperam que o governo leva estas preocupações a sério e que revejam o sistema educativo em Cabo Verde, que forma jovens capacitados.

EC