Governo assina contrato com Cabeólica para execução de projecto que vai duplicar produção de energia eólica

6/04/2024 22:04 - Modificado em 6/04/2024 22:04

O Governo assinou hoje, na Praia, com a empresa Cabeólica o contrato para a execução do projecto de “expansão do parque eólico e bateria de armazenagem de energia”, que vai duplicar a produção de energia eólica em Cabo Verde.

Trata-se, segundo o presidente do conselho de administração da Cabeólica, Bruno Lopes, de um investimento de 50 milhões de euros (5,5 milhões de contos), que visa reforçar a capacidade instalada a nível de energia eólica com novos equipamentos de uma dimensão bastante superior aos actuais existentes.

Conforme precisou, vão ser instalados três turbinas profissionais de 150 metros de diâmetro e 105 metros de altura, no parque eólico de Santiago e de sistemas de armazenamento nas ilhas de Santiago e Sal.

Bruno Lopes adiantou que com esse investimento a empresa vai aumentar a sua capacidade de produção de 25 para 40 megawatts e em termos de bateria vai passar do zero para 30 megawatts.

“Só em termos de comparação, as turbinas que temos neste momento instaladas em Cabo Verde, têm cerca de 0.85 megawatt. Nós estamos a passar agora para 4.5 megawatts. Portanto, mais de cinco vezes superior a esta capacidade. Basicamente estamos a passar de 25 megawatts para quase 40 megawatts”, explicou.

Além de praticamente duplicar a geração de energia eólica, o projecto vai também aumentar a capacidade de produção de energia solar. Bruno Lopes frisou que só com esse projecto, cujo contrato foi assinado hoje, já vai ser possível atingir 30 por cento (%) de penetração de energias renováveis em 2025.

O acto de assinatura do contrato foi presidido pelo ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, que destacou o impacto “significativo” que este projecto vai ter em termos de injecção de energias renováveis na rede e também a nível económico.

“Isto significa reduzir também, significativamente, a dependência do petróleo. Esse impacto tem um valor de quase um milhão de contos cabo-verdianos, 10 milhões de euros da importação evitada de combustíveis fósseis. E além dessa parte económica, também há a questão da própria segurança energética e redução da a dependência externa, que é fundamental tendo e o contexto que temos vivido ultimamente”, disse.

O governante lembrou que Cabo Verde tem um programa ambicioso de transição energética, com as metas de ultrapassar já a curto prazo dos 30% de penetração de energias renováveis.

“E os projectos aqui apresentados que estão em curso já garantem essa meta, mas estamos a trabalhar e a preparar para o objectivo 2030, que é exceder 50%. Portanto, acho que o país está no bom caminho e são necessários investimentos robustos, globais, em várias áreas, de produção, de rede, de eficiência e outros”, sustentou.

Nesta particular, Alexandre Monteiro realçou que são necessários investimentos privados, sobretudo a nível das capacidades de produção e também de armazenagem.

De acordo com o calendário de execução do projecto, já em Junho de 2025 os equipamentos já vão começar a lançar os primeiros quilowatts de energias renováveis na rede.

O projecto vai ser financiado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

Inforpress/Fim

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