PAICV acusa Governo de insensibilidade e de adoptar medidas na contramão dos interesses da diáspora cabo-verdiana

25/04/2023 17:38 - Modificado em 25/04/2023 17:38

O PAICV acusou hoje o Governo de insensibilidade e de adoptar medidas que têm dificultado a vida dos emigrantes, defendendo que a diáspora cabo-verdiana merece mais atenção e valorização pelo contributo que tem dado ao País.

A acusação do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) foi feita pelo deputado Luís Pires, durante uma conferência de imprensa para balanço das jornadas parlamentares de preparação para a 14ª Sessão Plenária do ano parlamentar 2022/2023, que terá como ponto alto o debate com o primeiro-ministro sobre o tema “Diáspora e Desenvolvimento”.

Segundo o deputado do maior partido da oposição, Cabo Verde é hoje aquilo que é hoje graças à solidariedade evidente dos emigrantes não só em períodos normais, mas sobretudo nos períodos mais críticos.

O Governo, frisou, tem tomado várias medidas na contramão e dificultando a vida dos emigrantes, pelo que disse almejar que, no decorrer do debate, o Governo apresente resultados concretos sobre as políticas implementadas.

“É necessário um pacto sério, responsável, consequente com os imigrantes criando condições para melhorar as ligações marítimas e aéreas, evitando rotas com escalas prolongadas, evitar medidas como a introdução em plena pandemia de uma taxa de importação de veículos automóveis, facilitar o desalfandegamento das encomendas que agora custam mais não obstante a propaganda”, declarou.

Lembrou que foram os governos do PAICV que lançaram as bases estratégicas para uma política no sector da emigração, criando produtos e serviços bancários de apoio, capacitando serviços consulares e desenvolvendo as parcerias com os países de acolhimento, entre outros.

“Não entendemos a insensibilidade deste Governo e vamos pôr tónica nisso. Pelo peso que a diáspora representa devia haver uma atenção diferente, não há uma política bem definida para os nossos emigrantes”, reforçou.

Outro assunto que será debatido nesta segunda sessão plenária de Abril, adiantou, tem que ver com as políticas para o sector da educação, tendo referido que há demasiadas medidas avulsas, tomadas a quente, que, não só, descredibilizam o próprio Governo como agravam a precária situação dos cabo-verdianos.

“Não é normal e é demasiado grave a passagem automática dos alunos do primeiro ao 4º ano de escolaridade de muitas outras facilidades e facilitismo noutros níveis pondo claramente em risco a qualidade da educação”, referiu, afirmando que o Governo ainda não se deu conta do imperativo que a mudança para o novo modelo de escola.

Defendeu a necessidade de haver mais investimentos no sector da Educação que, no entender do PAICV, é fundamental e determinante para o futuro de Cabo Verde, criticando que a qualidade neste sector está a decrescer a olhos nus e a falácia da gratuitidade do ensino.

“O próprio sistema tem consciência disso, os pais e encarregados de Educação e toda a comunidade educativa reclamam por melhores dias para este sector fundamental e determinante para o progresso, integração social sem ruptura. O senhor ministro precisa passar do diálogo e das promessas para acções concretas, lembrando que o mesmo prometeu resolver as pendências no horizonte 2023.

Inforpress

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