Novas tarifas dos transportes marítimos geram preocupações em famílias cabo-verdianas durante as férias de verão

23/04/2023 19:24 - Modificado em 23/04/2023 19:24

Passados três dias após a entrada em vigor das novas tarifas dos transportes marítimos, a população da ilha de São Vicente continua a reclamar dos altos preços dos bilhetes de passagem, principalmente na linha São Vicente/Santo Antão e vice-versa, que é a mais movimentada de Cabo Verde em termos de cargas e passageiros. O aumento acontece num momento em que o verão se aproxima e as férias, são mais aguardadas neste período.

A estudante universitária Soraia Lopes afirmou que esta subida vai dificultar a saída de jovens estudantes de Santo Antão e/ou de São Vicente. A vida de estudante, principalmente das ilhas vizinhas, já é difícil no tocante aos custos, imagina agora que há esse aumento”.

Já João Ramos lamentou que este ano muitas famílias, com certeza, vão ter que repensar as férias. “Santo Antão é aqui perto. Imagina os familiares de outras ilhas mais distantes”, comentou.

Outro entrevistado, Paulo Rodrigues, afirmou que “infelizmente” esta é a nossa realidade em Cabo Verde. Tudo sobe de preço. Não acho que este seja um bom momento. O que os governantes deveriam fazer era diminuir os preços e não os subir. Estamos a sofrer com esta escalada de preços”.

Maria Lima também partilha da mesma opinião, afirmando que “neste momento de várias crises, acho que ainda não deviam subir os preços das passagens de barco, tornando assim a situação ainda mais dificil”.

Dionisio Fernandes critica a medida de aumento das tarifas dos transportes marítimos e afirma que este não é um momento ideal para a população cabo-verdiana. “O que se deveria fazer era aumentar o salário. Há pessoas que recebem para pagar renda. E o que comer?”, questiona Fernandes.

Ressaltou ainda que a linha São Vicente/Santo Antão e vice-versa, a mais movimentada do país, certamente sofrerá “impactos negativos”. Apesar disso, Fernandes destaca a resiliência do povo cabo-verdiano diante da pobreza que persiste no país.

Cecílio Fortes que considera esta medida um exagero acrescentou que “este aumento não é justo porque há falta de emprego, tudo está a subir de preço. Não estamos a conseguir viver uma vida digna”.

A população espera que as autoridades competentes tomem alguma providência para minimizar os impactos negativos do aumento nas tarifas dos transportes marítimos.

Diante das reclamações da população, o ministro das comunidades, Jorge Santos já se manifestou, anunciando que os preços de bilhetes e frete marítimo serão revistos.

Recorde-se que o governo de Cabo Verde aumentou as tarifas de passageiros para viagens marítimas entre ilhas, de acordo com uma resolução publicada no Boletim Oficial e que a medida entrou em vigor na última quinta-feira. Os preços para viagens de curta distância, como São Vicente-Santo Antão, subiram de 800 para 920 escudos para passageiros residentes e para 1.470 escudos para passageiros não residentes.

Viagens mais longas, como Praia-Fogo, custarão agora 2.950 escudos para passageiros nacionais e 4.420 escudos para passageiros não nacionais, em comparação com os 2.440 escudos anteriores.

Os preços também aumentaram para viagens de 76-100 milhas e acima de 150 milhas. Os novos preços foram anunciados para ajudar a cobrir os custos crescentes de operação das balsas, mas tem gerado críticas e descontentamento da população.

AC – Estagiária

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